sexta-feira, 11 de junho de 2010

As raízes negras do judaísmo

As raízes negras do judaísmo Uma polêmica que envolve muitas vezes a palavra verdade, mas por pontos de vista que tornam a compreensão de onde ela realmente está um pouco confusa por ALEXANDRE DUARTE
O estudo dos livros sagrados feitos pelos judeus etíopes segue a tradição religiosa e é a base de sua cultura

No dia 21 de novembro de 1984, o exército israelense deu início a uma das mais incríveis operações de resgate de que se tem notícia. Denominada de Operação Moisés, o plano envolvia a retirada de milhares de negros judeus da Etiópia, país em que eles viviam em condições miseráveis. Em um determinado momento, 28 aviões israelenses estavam ao mesmo tempo no ar, carregados de afrodescendentes de origem judaica. Um desses jumbos chegou a entrar no livro dos recordes por carregar, de uma só vez, 1.087 passageiros, sendo que a lotação máxima era de 500. Essa comunidade, classificada de judeus etíopes, estava no país africano há mais de 2000 anos, preservando tradições daquela época e formando uma comunidade fechada, até que foram, aos poucos, oprimidos e perseguidos, obrigados a mudar suas tradições. Diziam-se descendentes da tribo da Dan, fundada por um filho do rei Salomão com a rainha de Sabá. Ao chegarem a Israel, muitos deles estavam longe das leis que regem o judaísmo, e tiveram que começar a se adaptar a uma nova vida. Apesar de terem encontrado uma estrutura política e econômica como nunca tinham recebido, esses novos habitantes do Estado israelense tiveram problemas para se acostumar às novidades. "Acho que eles se sentiram um pouco magoados, pois haviam sido perseguidos já na África e, em Israel, tiveram que passar por uma nova adaptação aos costumes judaicos" diz o rabino Reuven Segal, que serviu o exército com muitos judeus etíopes. "A nova geração já está mais adaptada, o problema maior foi com aqueles que chegaram nos anos 80. Os filhos deles já fizeram faculdade, servem exército, conhecem as leis", completa o rabino. Porém, toda essa história boa para um filme é só a ponta de uma polêmica maior, que envolve muitas vezes a palavra verdade, mas por pontos de vista que tornam a compreensão de onde ela realmente está um pouco confusa.

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http://racabrasil.uol.com.br//cultura-gente/144/as-raizes-negras-do-judaismo-uma-polemica-que-envolve-175954-1.asp

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