Reitor da Uerj defende cotas raciais e pede agilidade do STF no julgamento da questão
Plantão | Publicada em 26/05/2009 às 18h37m
RIO - A Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro encaminhou nesta terça-feira uma petição ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio. O documento solicita que, no caso de a lei ser considerada inconstitucional, as mudanças sejam feitas apenas no vestibular do ano que vem. A petição deve ser examinado na sessão do OE da próxima semana. Num segundo momento, o Estado entrará também com um Embargo de Declaração com efeito modificativo. O argumento é que não há inconstitucionalidade nas cotas. O reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Ricardo Vieiralves de Castro, também saiu em defesa do sistema de cotas raciais e sociais, suspenso liminarmente no estado nesta segunda-feira, e cobrou do Supremo Tribunal Federal (STF) uma decisão sobre a questão. Segundo Ricardo Vieiralves, não haverá alterações no primeiro exame de qualificação das universidades estaduais, que deverá ser realizado no dia 21 de junho.
- O STF precisa, urgentemente, tomar uma decisão com relação ao princípio das cotas porque isso compromete hoje o ensino superior no Brasil. Há sete anos de aplicação da lei, a questão da constitucionalidade não pode ser resolvida por liminar. O STF tem que tomar decisões em um tempo hábil. Não é possível protelar decisões que definem políticas de Estado - afirmou o reitor.
De acordo com o reitor, a decisão dos desembargadores é "inconveniente" porque foi tomada no meio de um processo seletivo e antes da manifestação do STF.
A Uerj foi a primeira universidade do país a adotar cotas raciais. Segundo o reitor, a medida favoreceu o ingresso de negros nos cursos mais concorridos da instituição, nos quais, antes, a maioria dos alunos era branca e de classe média alta.
- Os cursos de medicina, direito, odontologia e jornalismo, por exemplo, ficaram mais negros. Sem as cotas, a maioria dos alunos era branca e de alto poder aquisitivo - informa.
Edital pode sofrer alterações
Se a liminar não for suspensa, o edital da segunda fase do vestibular, marcado para o final do ano, deverá sofrer alterações. Edital pode sofrer alterações. A primeira fase, prevista para o dia 21 de junho, não há mais como mudar, acrescentaram tanto Cardoso quanto Vieiralves.
Uerj é alvo de 400 processos por ano
Cerca de 400 alunos não cotistas entram todos os anos com processos contra a faculdade, por não serem aprovado para um curso, mesmo conseguindo uma pontuação maior que a de um estudante cotista aprovado.
Em 2009, 28% são de cotas
De acordo com o reitor da Uerj, Ricardo Vieiralves, o percentual de cotas nunca foi totalmente preenchido. Em 2009, apenas 28% dos alunos ingressaram pelo sistema. Segundo Vieralves, um dos motivos é a pontuação de corte exigida para entrar no curso.
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