Durante a manhã desta quarta-feira (16), e na manhã do último dia 14, a vereadora professora Rosangela Santana (PT) participou de audiências públicas que tiveram por finalidade discutir a prática de crime racial em Sergipe. O encontro de hoje aconteceu na Procuradoria Regional do Trabalho e foi provocado pelo Procurador do Trabalho Mário Luiz Vieira Cruz. O interesse do procurador era observar o acompanhamento que está sendo oferecido pela empresa aérea GOL ao funcionário Diego Gonzaga, vítima de crime racial praticado pela médica do PSF Ana Flávia Pinto Silva.
O crime aconteceu no dia 26 de outubro desse ano e o ato foi flagrado por câmara de celular amadora, o que permitiu notoriedade ao caso no Estado, no Brasil e em outros países. Outras audiências serão realizadas, mas o objetivo inicial era verificar se a empresa vem prestando a devida orientação e apoio ao funcionário vitimado nessa situação vexatória, comentou a vereadora Rosangela, que não vem medindo esforços no seu apoio ao rapaz. De acordo com a Rosangela Santana, diante de recentes depoimentos de figuras públicas que tentaram desqualificar o caso ou mesmo diminuir a gravidade da situação, a Procuradoria achou por bem observar mais de perto o andamento do processo.
Estamos vendo com bastante otimismo o envolvimento e a interferência do poder público nas questões raciais e nos crimes raciais que vêem acontecendo em nosso Estado, salienta a vereadora professora Rosangela Santana (PT). Hoje já percebemos claramente que a questão racial está sendo discutida tanto nas empresas privadas como nas empresas públicas e isso é a prova de que estamos caminhando para uma sociedade mais igualitária e mais justa, acredita a vereadora. Num futuro próximo sei que conseguiremos construir uma legislação mais rigorosa no sentido de coibir atos de racismo e injúria racial, como queiram chamar.
Audiência Nacional
Âmbito nacional teve a audiência realizada na última segunda-feira, dia 14, no auditório da Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e Desenvolvimento Social (Seides). Com a presença do Ouvidor Geral da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir), Humberto Adami, a reunião, sem precedentes no Estado, debateu de forma mais ampla os casos de racismo que vêm acontecendo em Sergipe e trouxe uma série de novas ações que pretendem mudar a abordagem da máquina pública ante a prática de crime racial.
Além da criação da Ouvidoria Estadual sobre discriminação racional - orgão responsável por agilizar os processos movidos contra pessoas que cometem esse tipo de crime, a reunião vai trazer para Sergipe um curso de capacitação para policiais civis, a fim de que estes não tratem os negros de forma discriminatória e possam identificar mais claramente a devida abordagem ao criminoso ante a prática de delito que envolva racismo.
Durante o encontro, além da vereadora Rosangela, também estiveram presentes o promotor de Justiça do Ministério Público Estadual de Sergipe, Luís Fausto Valois; Georlize Teles, coordenadora da Delegacia de Grupos Vulneráveis; Thatiana Meneses, integrante do movimento social União de Negros pela Igualdade (Unegro), entre outros integrantes de movimentos sociais do Estado.
De acordo com o ouvidor Geral da Seppir, Humberto Adami, todas essas ações irão beneficiar as vítimas de casos semelhantes ao praticado pela médica contra o funcionário da GOL. O caso teve ampla repercussão nacional e chamou a atenção do Brasil para os incidentes ocorridos em Sergipe. Quero dizer que Diego tem todo o nosso apoio nessa luta, afirmou Humberto. A audiência foi articulada pelo coordenador das Políticas Públicas da Igualdade Racial (Coppir), Pedro Neto, face o recente e preocupante aumento de casos de racismo no Estado
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