Racismo é abordado por autoridades em audiência | Debate aconteceu nesta segunda-feira, 14, no auditório da Seides | 14/12/2009 - 16:12 | | Debate sobre discriminação racial aconteceu nesta segunda-feira, 14 | “Minha mãe foi uma das convidadas para participar de um evento em homenagem aos líderes da consciência negra na Bahia. Quando ela estava entrando, acompanhada de um primo meu, uma pessoa que se identificou como parente de ACM pediu para que o meu primo o levasse até o palanque. Infelizmente essa é a realidade do Brasil: ou o negro é visto como vigilante ou é visto como segurança”, afirma o promotor do Ministério Público Luís Fausto Valois, participante de um debate sobre discriminação racial que aconteceu nesta segunda-feira, 14, no auditório da Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides). | Promotor do Ministério Público, Luís Fausto Valois | O evento contou com a participação de autoridades e movimentos sociais do estado e teve como objetivo discutir relatos de intolerância em Sergipe. Além disso, a criação de uma Ouvidoria Estadual sobre discriminação racional - orgão responsável por agilizar os processos movidos contra pessoas que cometem esse tipo de crime - teve efetivo apoio dos participantes. “Tem que incomodar, perturbar e exigir que as leis e a estrutura do Estado funcionem da forma como devem funcionar”, afirma o Ouvidor Geral da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir), Humberto Adami. Segundo ele, essa ouvidoria iria beneficiar casos de preconceito como o cometido pela médica Ana Flávia contra Diego Gonzaga, funcionário da empresa aérea Gol. | Diego Gonzaga (na frente, de camisa rosa) também participou do debate | “O caso teve ampla repercussão nacional e chamou a atenção do Brasil para os incidentes ocorridos em Sergipe. Quero dizer que Diego tem todo o nosso apoio nessa luta”, afirmou Humberto. Algumas ações mereceram destaque especial, como a criação de um curso de capacitação para policiais civis. “A idéia é treinar esses policiais para que eles não tratem os negros de forma discriminatória”, afirma Georlize Teles, coordenadora da Delegacia de Grupos Vulneráveis. “Estamos estudando essa possibilidade há muito tempo, o que falta agora é colocá-la em prática”, revela. A iniciativa de promoter debates sobre o racismo e a consciência negra é, do ponto de vista de Thatiana Meneses, integrante do movimento social União de Negros pela Igualdade (Unegro), uma forma de juntar forças para minimizar os atos de preconceito racial. “Depois desse debate, iremos fazer um trabalho de fiscalização nas escolas, verificando se as aulas sobre história e cultura africana estão sendo aplicadas pelos professores. É fundamental começar a conscientização no ensino infantil, cortando o preconceito pela raiz”, afirma. Por Carla Santana http://www.infonet.com.br/cidade/ler.asp?id=92888&titulo=cidade
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