Berzoini x Gilberto Carvalho
Disputa entre petistas no BB termina com demissão de diretor
Publicada em 01/12/2009 às 00h11m
Patrícia Duarte
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BRASÍLIA - Pivô de uma intensa disputa política do PT dentro do Banco do Brasil, revelada pelo GLOBO semana passada , o diretor jurídico da estatal, Joaquim Cerqueira Cesar, foi demitido do cargo. Em seu lugar assume o até então secretário-executivo da área jurídica, Orival Grahl, que tem 26 anos de casa e estava no cargo antes de Cerqueira Cesar assumir a diretoria, em agosto de 2007.
A tendência é que o novo executivo tire os técnicos levados por Cerqueira Cesar que, pelo modo de trabalhar, estimulou algumas ações na Justiça contra o BB por assédio moral.
O diretor demitido não tinha a confiança do presidente da instituição, Aldemir Bendine, que não o convidava mais para participar das reuniões do alto escalão do banco, mesmo quando havia assuntos da sua área. O presidente do PT, deputado federal Ricardo Berzoini (SP), é o padrinho político de Cerqueira Cesar, e queria mantê-lo no cargo. Teria batido de frente até com o chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho, que apoia Bendine.
A disputa entre petistas ganhou uma dimensão sem precedentes e com desdobramentos na Justiça comum, que pode causar prejuízos à maior instituição financeira do país. Cerqueira Cesar é apontado como responsável por profundas mudanças na estrutura jurídica do banco, que levaram a processos por assédio moral contra a estatal.
O Sindicato dos Bancários do Distrito Federal, por exemplo, entrou, no início de outubro, com uma ação civil pública em nome de 27 advogados do banco que teriam sido rebaixados ou descomissionados por Cerqueira César sem justificativa prévia. Por outro lado, seus aliados no banco dizem que ele fez as mudanças porque a área vinha tendo prejuízos com ações mal defendidas na Justiça.
Cerqueira Cesar assumiu o cargo ainda na gestão do então presidente do BB Antonio de Lima Neto. Bendine, quando assumiu a presidência do banco, não considerava Cerqueira César um dos seus homens de confiança e, por isso, queria substituí-lo. Mas a manutenção de Cerqueira Cesar era bancada por Berzoini. O presidente do PT, que já foi bancário e líder sindical, tem forte influência no banco. Procurado nesta segunda-feira, Berzoini não atendeu aos pedidos de entrevista.
O BB já perdeu, em primeira instância, ações trabalhistas de advogados que pedem indenizações por assédio moral. Numa delas, foi condenado a pagar R$ 100 mil a um advogado.
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/11/30/disputa-entre-petistas-no-bb-termina-com-demissao-de-diretor-914993616.asp
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
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