O fora da lei é o Magnoli...
Procaz, a intelectualidade branca, sua gota
de sangue, e o racismo no Brasil!
A propósito da BandNews FM convidar analistas intelectuais para comentar o
livro "Uma gota de sangue: História do pensamento racial" de Demétrio Magnoli,
observamos personagens da mais alta estirpe da elite branca e acadêmica
brasileira (excluindo os representantes do Movimento Negro Socialista e do
Movimento Pardo-Mestiço Brasileiro, ambos língua de aluguel, inventados pela
elite e a mídia branca racista e capitalista, para serem as vozes pretas, em
favor de seu projeto elitista e racista.
Nomes como, Cláudio de Moura Castro, professor, pesquisador e mestre em
Educação, Roberto Romano da Silva, professor titular do Departamento de
Filosofia da Unicamp, Carlos Pio, professor de Economia Política Internacional
da Universidade de Brasília, Helda Castro de Sá, coordenadora da Associação dos
Caboclos e Ribeirinhos, Alba Zaluar, antropóloga a professora da Universidade do
Estado do Rio de de Janeiro,Manolo Florentino, historiador e professor da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Luiz Werneck Vianna, professor do
Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, José Augusto Drummond,
cientista político e professor da Universidade de Brasília, e Isabel Lustosa,
pesquisadora da Fundação Casa Rui Barbosa.
A primeira coisa a saber, é se esses "gênios" leram o livro do "ilustre
mercenário" Demétrio Magnoli? Duvido que já o tenham lido, mesmo sendo o autor
líder e ideólogo dos mestres, portanto desconfiamos tratar-se de uma
solidariedade incondicional, e portanto ideológica.
Porém o que salta aos olhos é o reacionarismo assumido por quantos se
desmancharam em elogios ao livro do intelectual-mercenário, que vai do
desconhecimento histórico; passando pela tentativa de reviver a "democracia
racial" sepultada pelo MN nos anos 70, com dados e indicadores sociais
fartamente encontrados nas publicações das instituições em que atuam; até o mais
ridículo conceito da recente descoberta desta nova "inteligência", de que os
negros estão inventando o racismo as avessas, como nos EUA.
Perolas como: "dar direitos diferentes para cidadãos iguais vai contra a
construção de uma sociedade igualitária e resulta na repetição de erros do
passado que produziram massacres de populações", são defendidas de forma
aparentemente ingênuas e descompromissadas, são verbalizadas pelos "dignos
pensadores". De que igualdade e massacre estão falando? Da igualdade no
Brasil, que concentra as riquezas e privilégios nas mãos de 30% dos cidadãos
brancos e seus semelhantes e do genocídio aos negros e indígenas ao longo da
historia brasileira, pela hegemonia das elites que eles defendem?
Há entre eles, quem defenda o velho conceito de meritocracia, como Carlos Pio,
se esquecendo que esse conceito foi construído como privilégio para legitimar a
formação, emprego e poder, exclusivo para as elites ao longo de mais de 120
anos. Ou aqueles que sacam o argumento "antidemocrata e inconstitucional" como
Romano, Drummond e Helda de Sá . Esquecem que a democracia formal e as
constituições do Brasil sempre consagraram os privilégios das minorias
econômicas e proprietárias em detrimento da maioria do povo, jamais garantindo
igualdade, liberdade, comida na mesa, trabalho e educação para os negros,
indígenas, praticando a violência e repressão, sempre!
Os princípios advogados por Helda e Manolo Fiorentino, "de quebra ... da
igualdade de direitos constitucionais" e de "tratar-se de privilégios para
negros", são uma daquelas escrotidões ideológicas sem a menor coerência e
substancia argumentativa. Os poderes da republica quebram diariamente estes
princípios, legislando em causa próprio e atribuindo privilégios para brancos
nascidos em berço de ouro e a seus iguais, capitalistas, proprietários,
detentores de mandatos, togas judiciárias, cargos executivos, acadêmicos e para
os fardados ou não, que usam armas na cintura. Todos brancos ou a seu serviço.
Augusto Drummond, argumenta que "a sociedade brasileira é miscigenada e por isso
será difícil definir quem pertence a determinada raça." Notem, que é ele que com
seu argumento que confirma a existência de raça biológica. Uma conveniência que
a categoria intelectual a qual pertence, que agora nega, inventou em vários
momentos da historia humana, para justificar e legitimar os privilégios e poder
de seus semelhantes, brancos "superiores". Essa não é uma invenção dos negros do
Movimento Negro.
É só observar quem está morrendo dos dois lados na guerra cotidiana do Rio de
Janeiro, e nas ações policiais em qualquer grande cidade do Brasil, e saberão
sem duvidas, que por um critério muito simples, a policia sabe quem é negro.
Caberiam ao ilustre cientista político, manter-se coerente, e desnudar o que faz
com que tantos negros sobrevivam na extrema pobreza e os nobres desta terra,
coincidentemente, sejam todos brancos, europeus de primeira e não miscigenados.
Porque as elites não se misturam?
Enquanto a plebe se homogeneíza, tornando-se negros, sem discriminação ou
preconceito. As elites brancas, não misturam uma gota de sangue, em nome se sua
hegemonia econômica e política, e de um projeto higienista e racista contra
negros e indigenas.
Opor desigualdades sociais ás desigualdades raciais, exercício de Moura Castro,
Roberto Romano, Helda Sá, Alba Zaluar, Werneck Vianna e Isabel Lustosa, é uma
destas descobertas cientificas de ocasião. Não levando em conta todo o acumulo
da sociologia e dos indicadores sócio-economicos que apontam para a paridade da
equação: Sem emprego, sem moradia, sem educação, baixos salários, sem terra, sem
direitos, sem poder econômico e político, sem nada = (IGUAL) A N E G R OS E
SEUS DECENDENTES. Então nobres semi-deuses donos da verdade, há uma coincidência
aqui ou não? Vocês depois de tanto tempo segregando os negros, decidiram agora
nos despojar de nossa negritude, barrar o protagonismo de nosso povo, é isso?
Nossos espaços, sempre democráticos, de Palmares aos terreiros de candomblé, das
irmandades e clubes aos blocos e escolas de samba, todos sempre estiveram
abertos, permitindo ate que figuras como Fry, Magee e tantos outros, adeptos da
hipócrita "teoria do novo racialismo", que explorassem nossa intimidade, de
forma oportunista, construindo currículos, prestígios, carreiras e fortunas,
para nos traírem como o fazem agora.
Dos argumentos recém surgidos da "moderna academia", é de pasmar o dramático
apelo a manutenção dos privilégios e do poder nas mãos do status quo. Em que
conceitos e elementos científicos e baseada a máxima, senão apenas achismos
dessa elite atrasada, decadente e parcial intelectualidade, que jamais leu
Florestan Fernandes? E se leram, são analfabetos funcionais! "A intolerância e o
racismo as avessas... Alimenta ódio racial entre brancos e negros", Concluem
Manolo Florentino, Werneck Vianna, Augusto Drummond, Isabel Lustosa, Moura
Castro, Roberto Romano e Carlos Pio. Procrastinadores! Do que falam Oh, caras
pálidas? Por acaso estais a falar de um outro país, de um outro povo, de uma
outra realidade? Jamais houve cá nessa terra, um poder político e econômico de
negros, portanto não havendo jamais, racismo de negros contra brancos.
O ódio racial, o racismo, elemento ideológico estrutural e estruturante sempre
existiram, como elemento fundamental da política de dominação e privilégios das
elites lacaias de D. João, protegida pelo império dos Orleans e Bragança e são a
essência do pensamento da elite monarco-escravista de ontem e de hoje. A defesa
e a pratica da segregação, não é de agora, não nas universidades com cotas, não
partiu do nosso povo, mas sim de intelectuais puxa-sacos, de classe média,
ávidos por servirem as elites brancas racistas ditas quatrocentonas, que não
misturam nem uma gota do seu sangue.. 17/10/09. Reginaldo Bispo-Coordenador
Nacional de Organização do Movimento Negro Unificado.
sábado, 20 de fevereiro de 2010
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