sexta-feira, 26 de junho de 2015

O racismo de Dunga

Acabo de me manisfestar em veiculo de imprensa sobre o racismo de Dunga. Em entrevista ele diz:
"Eu até acho que sou afrodescendente de tanto que apanho e gosto de apanhar. Os caras olha para mim e falam: "Vamos bater neste aí"; e aí começam a me bater sem noção , sem nada.
Primeiro, não se trata de preconceito, injúria racial, e sim racismo. Dunga , por mais absurdo que pareça, não atinge apenas um indivíduo, mas toda uma comunidade indeterminada. De onde saiu a estapafúrdia ideia que negro gosta de apanhar? Não tem pé nem cabeça uma idiotice dessas, só comparável aquele Senador do PSDB de Goiás que disse, na Câmara e no STF que mulheres negras "davam porque queriam e gostavam". Fiquei a pensar num garotinho negro querendo jogar futebol, e vendo o técnico da seleção brasileira dizer uma besteira dessas, perguntar:" Pai, eu vou ter de gostar de apanhar para jogar bem?". A idiotia de Dunga exteoriza a ideia de que se pode agredir
afrodescendentes, sem problemas, porque "eles gostam de apanhar". Só comparável dizer que se pode bater em mulher, porque "elas gostam". O fato 'e que em ambos os casos, há crime nessas declarações . Me veio à lembrança os afro-brasileiros que acordam cedo, trabalham e pagam suas contas com seu suor. 'É certo serem agredidos porque "gostam"? Então quem bate em afrodescendente está colaborando o prazer deles? Dunga se coloca em posição de receber uma denúncia de qualquer um do povo pro crime de racismo. Tudo resultado dos resquícios da Escravidao, que estão a ser apurados pela Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra no Brasil, do Conselho Federal da OAB.
Humberto Adami
Presidente da Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra no Brasil, e Vice Presidente da Comissão Nacional da Igualdade, do Conselho Federal da OAB . 
humbertoadami@gmail.com




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