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Renata Cafardo é jornalista e trabalha desde 2000 no jornal O Estado
de S. Paulo. Há cerca de cinco anos se dedica principalmente à
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quinta-feira, 17 de abril de 2008
A USP e seu programa de inclusão-Renata Cafardo ( e comentários)
A USP DEVE TER COMBATE DIÁRIO, NA QUESTÃO DA AÇÃO AFIRMATIVA.
PELO SEU TAMANHO, PELA EXCELÊNCIA, PELA QUANTIDADE DE PESSOAS
ENVOLVIDAS E PRINCIPALMENTE PELO MONTANTE DE DINHEIRO PÚBLICO, DE
TODOS, QUE ALI É COLOCADO.
HUMBERTO ADAMI
WWW.ADAMI.ADV.BR
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14.04.08
Link permanente A USP e seu programa de inclusão
por Renata Cafardo, Seção: Ensino Superior s 19:00:19.
A Universidade de São Paulo (USP) divulgou na semana passada uma
ampliação de seu programa de inclusão, conhecido como Inclusp. A
instituição criou o que foi chamado de avaliação seriada, ou seja, uma
prova que será feita ao fim de cada ano do ensino médio, contando
pontos para o vestibular da Fuvest. Como se trata de ação afirmativa,
só podem participar estudantes de escolas públicas de São Paulo.
A USP entende que o programa deve ser ampliado - desde 2006 dá 3% de
bônus para alunos da rede pública - porque obteve bons resultados.
Atualmente, 26,3% dos alunos da instituição vieram de escolas
estaduais ou federais, são 2.713 estudantes. Em 2007, o número era um
pouco menor, 2.448, e, em 2006, maior (2.719). Para a pró-reitora de
graduação, Selma Garrido Pimenta, o Inlcusp conseguiu reverter uma
tendência de queda acentuada no número de inscritos oriundos de
escolas públicas na Fuvest e, para ela, já é uma boa notícia.
Grupos favoráveis às cotas não se dizem satisfeitos. A ONG Educafro,
que mantém cursinhos para alunos negros e carentes, divulgou uma carta
aberta em que diz que "os péssimos resultados são frutos de uma ação
proposital, detalhadamente planejada, elitista e preconceituosa".
Ainda afirma que "na contramão da história, (a USP) não aceita falar
em etnia, racismo e discriminação contra negros, como se o problema
não existisse e como se não lhe coubesse responsabilidade".
Brigas à parte, os dois lados comemoraram os primeiros resultados do
desempenho acadêmico dos jovens beneficiados pelo Inclusp em 2007. No
primeiro ano de curso na USP, os calouros que vieram de escolas
públicas tiveram média 6,3 e o restante, 6,2. Em alguns cursos, a
diferença passa dos 2 pontos, com desvantagem para quem cursou escola
particular. Esse tipo de resultado se repete em outras universidades
que implementaram políticas afirmativas.
Link permanente Permalink 34 comentários
Comentários:
Comentário de: Fey [Visitante]
15.04.08 @ 05:45
Notícia interessante, mas com uma observação:
Devemos ser sóbrios com os resultados, pois para quem ler apenas
esse último pedaço de informação, deixa a conotação deque estudantes
de escolas públicas tem desempenho melhor doque os das escolas
particulares.
Os calouros de escolas públicas tiveram uma média de 0,1 ponto
mais alto doque os seus colegas de escolas particulares depois que foi
implementado o programa de dar vantagem (3%) com antecedência pela
Inclusp. Com tal vantagem é de se esperar um resultado mostrado pela
tabela mesmo.
Não subestimo aqueles que tem origem humilde, mas quero enfatizar
que um verdadeiro programa de inclusão, é aquele que inclui educação
de qualidade não somente no nível universitário mas sim des do
primeiro grau.
Contudo os critérios utilizados na inclusão pela USP provavelmente
é o mais sensato -não é uma solução definitiva ideal, e portanto não
se pode dizer que os males da educação brasileira se resolve dessa
maneira, mas é melhor doque se baseiar em critérios puramente raciais.
A ONG Educafro escandaliza nesse ponto.Aliás, interessante como
eles separam as expressões "afro-descendentes" e "carentes", como se a
afro-descendência em sí fosse um fator de desvantagem fora o fato de
ser carente num país onde a descriminação é muito mais social doque
racial. Descriminação real seria se as univesidades não permitissem a
aplicação de negros e pobres a seus vestibulares, não é o caso.
De acordo com a Unicamp, a mesma Educafro quis reservar 88% das
suas vagas a alunos da rede pública. Oque me leva a duvidar se esta é
realmente uma ONG preocupada com a educação ou "estatísticas de educação".
Tampar a realidade com números é muito fácil. Se a Educafro quer
tanto eliminar diferenças, porque não começar investindo e
reinvidicando melhores condições aos alunos carentes já des da
pré-escola???
Comentário de: Fábio de Castro [Visitante]
15.04.08 @ 12:04
Fey, acontece que os alunos provenientes da escola pública não são
melhores só no vestibular. Eles têm melhor desempenho no decorrer de
todo o curso.
A USP ainda não confirmou isso, mas a Unicamp já. Os alunos das
escolas públicas têm melhores resultados. Ou seja, eles agregam mais
qualidade à universidade:
http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?data[id_materia_boletim]=8559
Comentário de: ANDRE [Visitante]
15.04.08 @ 12:06
Renata,
"ideal" seria se todos tivessem as mesmas oportunidades e se
valessem dos mesmos critérios para entrar nas universidades públicas.
Como o "ideal" aqui não existe, partimos para planos de cotas,
assistências, etc.
Dentre as propostas acho a da USP a "melhor", pois, de qualquer
maneira, passa-se no vestibular por merecimento e não por ser desta ou
daquela "etnia" apenas (ou seja lá a classificação de cor, raça, etc
que for).
Cuidados apenas para não satisfazer por completo os pedidos como
os da referida ONG, que a meu ver, querem segregar as vagas em pról de
uma dita "minoria", sem sabermos se merecem ou não tais vagas. E não
esqueçamos que aqui "ainda" é uma democracia, e, parte-se do princípio
que temos direitos iguais.
Saudações!!!
Comentário de: ANDRE [Visitante]
15.04.08 @ 12:11
Complementando...
O fato de em alguns cursos os alunos oriundos de escolas públicas
obterem desempenho melhor que os de escolas particulares, não pode
validar a segregação de vagas ou concorrência desleal para se adentrar
na universidade.
Incentivos sim, segregação não!
Comentário de: Antonio Carlos de Oliveira [Visitante]
15.04.08 @ 12:21
Direitos iguais deveriam ser efetivamente o de uma "democracia".
Direitos iguais seriam efetivamente o direito de todos, não é o caso
no País, senão vejamos: Os "negros ou afrodescendentes" como queiram
são: 0% na FEBRABAN, SENACs, SESCs, CNIs, MINISTÉRIO PÚBLICO, CBF,
CBT, FIESP, FIERJ, FIRG no Brasil, enquanto nos Países onde
aconteceram de fato ações afirmativas: Holanda, Inglaterra, Estados
Unidos e até mesmo na África do sul, em pouquíssimo tempo conseguimos
superar essa realidade. O RACISMO sórdido e ardiloso no País é que não
permite à negros e afrodecesdentes uma escala maior no cenário
nacional. Esse País tem uma elite quase igual à da África do Sul e da
Alemanha no período Hitler, mas tinha mais coragem, matavam,
escravizavam e encorajavam a discriminação. Há tivéssemos um MP e JUSTIÇA.
Comentário de: Renata Cafardo [Membro]
15.04.08 @ 13:45
Caros Fey e Fabio,
Não sei se não ficou claro no post, mas o desempenho acadêmico a
que me refiro dos estudantes de escola pública são suas notas durante
o primeiro ano de curso e não durante o exame vestibular. E, sim,
Fabio, é justamente isso que a USP provou agora, como a Unicamp.
Clique no link "resultado" no post e terá esses números. Abraços e
obrigada pelos comentários
Comentário de: Fábio de Castro [Visitante]
15.04.08 @ 13:52
Mas Andre, quem falou em "segregação"? Na Unicamp o sistema dá
pontos de bonus para os alunos provenientes de escola pública.
Não é segregação, é correção de uma realidade distorcida, onde
quem paga a universidade pública não consegue entrar nela (há um mito
de que a universidade pública é gratuita, mas não é. Ela é paga - e a
um preço bem caro - pelo contribuinte).
Nem são tantos pontos assim de bonus. E o resultado é que esses
alunos têm desempenho melhor que o dos outros ao longo do curso.
Então, no fim das contas, graças à inclusão dos alunos que
originalmente seriam SEGREGADOS por estudarem em escola pública, temos
uma universidade de mais qualidade. Com mais retorno para a sociedade
que a banca.
Não vejo nada de injusto nisso.
Comentário de: Fábio de Castro [Visitante]
15.04.08 @ 13:53
Verdade, Renata. A USP provou também. Eu não tinha lido ainda, heheeh.
E, sim, era o que eu estava tentando dizer: não se trata de
melhores notas no vestibular, mas no decorrer do curso.
Abs!
Comentário de: Alexandre [Visitante]
15.04.08 @ 14:20
O que poderia explicar essa melhor média dos alunos da escola
pública? Minha esposa é professora da rede estadual, sendo portanto
testemunha da demolição completa da qualidade de ensino vigente no
sistema público. Estatística mente devem existir alunos mais
capacitados na rede pública, simplesmente pelo fato de serem mais
numerosos e porque, felizmente, inteligência não esta associada
diretamente à renda da pessoa. Mas, sem dúvida a qualidade da formação
recebida entre um aluno de escola particular e um outro do sistema
público é bem diferente, com prejuízo para o segundo.
Então como explicar esse fato? Mais vontade de estudar? Percepção
de ter recebido uma oportunidade que deve ser aproveitada? O que
ocorre na opinião de voces?
Comentário de: Jose Cambraia [Visitante]
15.04.08 @ 14:47
Olá Renata, só estou passando por aqui para dar parabéns ao seu
trabalho.
Um abraço
Zé Cambraia
Comentário de: Belmir [Visitante]
15.04.08 @ 14:54
inclusão com critérios iguais são válidos.
For isso vira racismo!
RIMOU
boa tarde vagabundos natos....
Comentário de: ANDRE [Visitante]
15.04.08 @ 15:00
Caro Fábio,
eu disse "cuidado" para que não vire segregação...e não que há
segregação. Atitudes de inclusão como as da USP e UNICAMP são
louváveis. Receio apenas que se deixar levar exclusivamente pelas
vontades de algumas ONG`s, etc, corre-se o risco de segregação, visto
que, hoje no Brasil o que mais se tem é corporativismo e proteção
única e exclusiva a interesses próprios e dos seus, muitas vezes, em
detrimento da maioria que paga impostos honestamente e que tem por
direito ser tratado com igualdade perante os outros.
Comentário de: Marlon. [Visitante]
15.04.08 @ 15:07
quem precisa de cotas,ou inclusão deve ser inconpetente..td mundo
é igual,não faz merd* nenhuma e quer de mão beijada,não é assim
não,quem faz isso é vagabundo msm como disse o amigo Belmir e faz
preconceito contra si próprio.
Não à inclusão!
Sim ao provão!
Comentário de: Belmir [Visitante]
15.04.08 @ 15:12
Querido Marlon,
Para começar,se seu nome começa com M, o preço deve ser o
pvm.(Rimou de novo).
Polícitamente falando, é mais fácil incluir do que
testa-los,porque ai pode virar "filme" , e a embalagem será dheltaphilm.
Espero ter sido claro, forte abraço continuarei, com minha
conversinha mole,porém sabia...
Comentário de: jose [Visitante]
15.04.08 @ 15:33
Muito boa a exposição do(a) Fey (15.04.08 @ 05:45). À exceção dos
erros de português, não há o que retocar. Muito bom conteúdo!
Comentário de: Digo [Visitante]
15.04.08 @ 15:57
Alunos oriundos de escolas públicas ( na grande maioria "pobres"
), tem as notas maiores no curso por valorizarem mais a oportunidade
que tem, pois pode ser a última de sua vida, e seu futuro está
depositado em sua formação acadêmica. As universidades devem abrir
mais vagas aos pobres sim, ainda é muito pouco.
Abraços Renata
Comentário de: Alexandre [Visitante]
15.04.08 @ 16:17
Concordo com o seu comentário, Digo, e justamente por isso acho
que as características desse gupo de alunos devam ser estudadas com
mais profundidade pelos gestores dos programas de inclusão.
Infelizmente, na escola pública a criminalidade "come solta" como um
rastilho de pólvora e por algum motivo, nesses alunos que participaram
do programa, ainda há alguma valorização da formação educacional. Ou
seja, ainda resistem os valores sociais, éticos que são a base da
nossa sociedade.
Estudar o que caracteriza isso nessa população de alunos, seja a
existência de uma família mais estruturada, ou a presença de um
parente que signifique um modelo para esses jovens e que ainda lhes dê
uma noção de futuro, ou ainda de outra característica qualquer,
poderia ajudar a melhorar a situação dos demais que vem desse mesmo
grupo social.
Não concordo apenas que devam ser abertas vagas ao mais "pobres".
Mesmo porque pobreza não é simplesmente econômica, mas principalmente
cultural e de valores sociais.
O que tem que ser feito é dar educação básica de boa qualidade,
até para que o indivíduo possa decidir se a Universidade é a sua
melhor opção ou não. Não acho que a Universidade resolva tudo e talvéz
fosse possível viver com dignidade só com o segundo grau e uma boa
visão de cidadania (-direitos e deveres).
Abraços a todos.
Comentário de: ARUEN DAVI DE LIMA RAMOS [Visitante]
15.04.08 @ 16:21
Sou estudante do ensino superior em instituição privada, (ultimo
semestre de Adm) e no ano que prestei vestibular não estava preparado
para a fuvest devido ao fato de ter estudado em escola publica e só
conseguir prestar o vestibular três anos depois da conclusão do ensino
médio, mas este tipo de noticia mostra a democratização das
oportunidades e vemos que cada vez mais a burguesia terá de enfrentar
a classe media e baixa se destacando e se impondo, o tempo de
tolerância e conformidade acabou, temos jovens valentes e eles
usufruíram os méritos que nos iremos galgar daqui para frente, a
inclusão cada vez será maior, pois à medida que membros da sociedade
menos favorecidos adquirirem conhecimento e discernimento serão
capazes de lutar e influenciar quem até então era enganado e induzido
a viver na escuridão da ignorância.
Comentário de: Nereu [Visitante]
15.04.08 @ 17:01
Se aumentar as estatísticas consideravelmente, vai ter rico,
tirando bens de nome para se passar de probrezinho e ter mais chance.
Acredito o que valer,é o potencial indívidual de cada 1, e não sua
classe social.
Pobre adora se fazer de coitado, reclama , m,as não faz nada pra
mudar, tenho como exemplo parentes, que vivem na "draga", e quando
tirão um qualquer em vez de investir em estudos, gastam com bobagens.
Não podemos desconsiderar que muitos que investem em estudos, NÂO
SÂO RICOS e sim prezam por um futuro melhor.
Comentário de: Renato [Visitante]
15.04.08 @ 17:23
A USP pelo menos está dando uma porcentagem menor em um nivel em
que não passam pessoas que não estão preparadas para entrar em uma
universidade devido a má condição do ensino publico.
Em relação a cobrança da tal ONG por um mecanismo racista para a
seleção de quem entra na universidade não dá nem para comentar.
Comentário de: Digo [Visitante]
15.04.08 @ 18:43
Alexandre,
Concordo contigo, quando disse aos mais "pobres", quiz dizer
aqueles que se esforçam nas esolas porém sem condições para pagar um
cursinho de qualidade, onde se torna covardia a concorrência com os
mais favorecidos. Acho interessante um vestibular a parte para escolas
públicas, que seja uma "cota"! Pois as universidades públicas estão
cheio de alunos que podem pagar uma faculdade particular, não que não
possam entrar em universidades federais, mas que seja uma disputa justa.
Abraços.
Comentário de: Antonio Carlos de Oliveira [Visitante]
15.04.08 @ 18:49
Saiba Marlon, que o Direito dos "Negros ou Afro-descendentes não é
inclusão e sim Justiça e Reparação, aliás jamais o vi ir contra os
Filhos do Nazismo, da Talidomida e nem Mesmo os filhos da Ditadura,
todos com direito à reparação e creias, sabe tudo, não foram tão
grande os períodos de "exclusão" desses que obtiveram com todos os
direitos a reparação, mas basta falar-se em reparação para os "negros"
os Arianos saem todos em posição contrária.
Comentário de: Leandro [Visitante]
15.04.08 @ 19:18
Renata, apenas uma sugestão: poderia ser criado um link "recomende
esta notícia". Abs.
Comentário de: Renata Cafardo [Membro]
15.04.08 @ 19:40
Obrigada, Leandro, vou repassar a sugestão para o pessoal do
portal aqui. Abraços
Comentário de: Herval [Visitante]
15.04.08 @ 21:39
Gostei muito da matéria.
Fui aluno de escola pública durante todo o ginásio e, graças a um
grande esforço dos meus pais, pude cursar o colegial em uma escola
particular.
Lembro que sofri um impacto cultural tremendo nesta mudança. Eu,
que era o aluno de maior média na minha turma de ginásio, desconhecia
completamente cerca de 40% da matéria que já estudada pelos alunos da
rede particular! Voltei a me dedicar, desta vez tendo acesso a um
conhecimento de qualidade superior e me formei no colégio como o
terceiro da turma.
É exatamente isso que acontece com os alunos que vão da rede
pública direto para a Universidade. Eles têm um grande potencial, mas
a rede pública não consegue desenvolve-lo.
A USP criou uma maneira eficaz de ajudar estas pessoas e a ela
mesma, pois conseguiu de uma única maneira criar um programa de
inclusão social para quem merece e aumentar a nota média de seus cursos.
Outro ponto positivo é que aumenta a variedade cultural da
Universidade. Depois de um ano de cursinho incontáveis horas de estudo
eu consegui passar em engenharia na USP antes deste programa ser
implementado e ficou muito claro que o poder aquisitivo dos meus
colegas de turma era muito superior ao meu. Muitas das vezes eu não
conseguia nem participar das conversas cotidianas. Parecia (e era)
outro mundo.
Considero os programas de cotas uma alternativa extremamente
racista. Se existe cotas para negros, então também deveria ter cotas
para os brancos, índios, asiáticos, etc. Tenho um amigo negro que
cursou engenharia comigo e ele se sentia ofendido com o programa de
cotas de outras universidades. Dizia ele "Eu que não tenho um `puto'
no bolso, morei os cinco anos no CRUSP e com vale alimentação do
bandeijão, consegui passar e me formar na USP. Esse programa de cotas
faz parecer que os negros têm alguma inferioridade mental." (Só para
situar, para conseguir morar no CRUSP e ter o tal vale alimentação é
necessário um "atestado de pobreza"!)
Parabéns Renata pela excelente matéria.
Comentário de: Fey [Visitante]
15.04.08 @ 21:45
Cara Renata e Fábio Castro.
Obrigado por esclarecer a oque se refere as notas. Realmente
interpretei erroneamente. Pensei que as pontuações se referissem ao
vestibular mesmo.
Sendo este o caso, a situação merece ser comemorado mesmo!
Mantenho o restante da minha opinião no entanto noque diz respeito
a ONG Educafro.
O ponto que o Alexandre levantou também é extremamente pertinente.
Estive tomando aulas de marketing na escola Haas da Universidade
de Berkeley certa vez. A minha professora era indiana com um passado
extremamente humilde começando nos bairros pobres em na sua terra
natal, e se tornando uma das professoras mais famosas em uma das
universidades americanas mais conceituadas. Numa entrevista dentro da
faculdade perguntou-se a ela qual foi o seu segredo, e ela disse:
"Nenhum. Sempre tive vontade de estudar. Apesar das minhas escolas
do primeiro e segundo grau terem um nível muito baixo, acredito que
existem alunos que aprendem a aproveitar oque tem ao máximo e outros
que não conseguem enxergar oportunidades."
Oque ela quis dizer no final das contas é que seja de uma escola
particular ou pública, um aluno "agrega" valor a uma instituição e
mostra o seu potencial des de que tenha vontade, perseverança e
coragem. Qualidades que não existem nem mais nem menos em uma pessoa
só por causa da sua situação econômica ou racial.
Em um grande contraste (e sim a minha vida foi bem diversificada),
tive também a oportunidade de trabalhar lado a lado com brasileiros de
classe extremamente baixa, para pagar pelos meus estudos por um certo
período. E era realmente difícil encontrar naquele meio, alguém que se
interessasse em adquirir qualquer tipo de conhecimento, mesmo sendo
jovem e mesmo recebendo um salário suficiente para pagar o mínimo de
estudo. Era mais comum gastar o primeiro salário com video-games,
rádios, tvs, e computadores.
Dentro dessas duas experiências, oque concluo é que o ensino
primário até o segundo grau deve sim ser obrigatório, e o nosso país
não está fazendo a sua tarefa nessa parte, mas em se tratando de
ensino de terceiro grau, depende muito mais do aluno em sí doque de
instituições e/ou conspirações elitistas.
Se existir uma reforma de verdade na educação básica, essa
história de cotas acaba se tornando irrelevante pois todos teriam
realmente as mesmas oportunidades.
Comentário de: alberto [Visitante]
15.04.08 @ 22:11
A política de inclusão da USP mostra a resposta da Universidade a
incompetência tucana em gerir a escola pública. E não esperem que as
recentes medidas implamentadas pelo governo José Serra vão apresentar
bons resultados. Impostas de cima para baixo, sem envolvimento dos
professores, tendem a fracassar. Para eles, o ensino médio é ensino
terminal. Quem chegou, chegou. Quem desejar continuar, que se vire.
Parabéns aos alunos, aos seus familiares e aos seus professores.
Essa união resulta em ensino público de qualidade.
Comentário de: Alan Vinicius [Visitante]
15.04.08 @ 23:43
Faz-me-rir essa politica de "inclusão" da Universidade de São
Paulo. Dar migalhas aos estudantes das péssimas escolas estaduais
(administradas por um mesmo partido a mais de 12 anos).
Democratizar a universidade não é dar pontos no vestibular, mas
sim reconstruir o ensino fundamental e médio, dar condições de
igualdade de concorrência com alunos de colégios caríssimos.
Criar escolas públicas de excelência que aprovem basicamente
alunos para os cursos mais concorridos (medicina, direito,
odontologia, engenharia), onde apenas os filhos da "elite" entram.
Sou contra todo e qualquer tipo de cota ou pontuação.
Escola pública de qualidade JÁ!
Comentário de: João Batista [Visitante]
16.04.08 @ 01:57
Que os alunos da rede pública rende tanto quanto, e até melhor que
os demais, em curso superior é fato incontestável por todos os dados
que há. Porém, esse é um grande ministério, a minha pesquisa em
matemática prova um pouco da razão disto (se quiser conhecê-la é só
pelo e-mail, são públicas ): como isso é possível quando o sistemas de
vestibulares ¨normalmente¨ diz que esse é inqualificável para
ingressar no ensino superior? Um fato é certo: do que é ensinado em
doze anos de escola pública nada aparece na prova, mas de três meses
de pré-vestibular, e até dos truques didáticos mais nojetos (minha
terra tem palmeira onde canta o sabiá... sen a cos b mais senb cos a)
NEM VÍRGULA ESCAPA.
Comentário de: João Batista [Visitante]
16.04.08 @ 01:59
como não apareceu, o meu e-mail para quem quiser conhecer os meus
estudos em matemática/ questões de vestibulares é
joaobatistanascimento@yahoo.com.br
Comentário de: Otavio [Visitante]
16.04.08 @ 09:31
...não dá para ler cada declaração e fazer avaliação sem cometer
erros. todos estão de certa forma dizendo o que seria melhor...
enquanto forem fracionadas todas as questões, todas as medidas terão
alguma divergência depois da vírgula...
Comentário de: Otavio [Visitante]
16.04.08 @ 09:36
...serão rejeitadas mensagens que desrespeitem a lei, apresentem
linguagem ou material obsceno ou ofensivo, seja de origem duvidosa,
tenham finalidade comercial ou nao se enquadrem no contexto do blog.
...?
Comentário de: Tony Pirard [Visitante]
17.04.08 @ 06:14
Se tivesse que entrar numa faculdade(dificuldade) através de cotas
me sentiria envergonhado e humilhado..! Cara! onde está o orgulho
próprio..? Será o efeito Lula que produziu esta situação..? (aquele
que vive se gabando por não ter estudado e chegado lá).
Bons tempos aquele em que o cara ,entrava na Faculdade na raça,por
ter capacidade e se preparado bem..! Ah! que saudade dos colégios
franceses ,onde eramos treinados nas escolas e tinhamos orgulho dos
professores que tinhamos..!
Esses tempos já se foram...! hoje só funciona a mediocricidade...!
Comentário de: cfilho [Visitante]
17.04.08 @ 09:23
.
Refiro-me ao "Caso Isabella Nardoni"
Se eu tinha alguma dúvida até ontem que vivíamos num país sem
leis, estas dúvidas foram finalmente eliminadas. Eu fiquei
impressionado com a invasão de privacidade de uma família e dos
moradores daquelas ruas onde vive a família Nardone. Um bando de
delinquentes juvenis, velhos gagás e peruas psicóticas fazem da frente
da residência dos Nardoni o palco para desfilar as suas frutrações e
prontinhos da silva para fazerem justiça com as próprias mãos (mesmo
antes de saberem a verdade)diante das lentes criminosas das redes de
tvs e policiais impassíveis ,como se tivesem assistindo a uma luta dos
tempos do império romano onde os cristãos eram colocados para serem
devorados pelos leões. O triste de tudo isso é que tudo que lá se vê
pode acontecer com cada um de nós, as tvs não por ideologia mais pelo
objetivo do faturamento a quelquer custo não respeitam a privacidade
de ninguém, seus apresentadores 24 horas por dia mantém uma vigilância
constante como o Big Brother afinal seus altos cachês precisam a todo
custo serem justificados. As autoridades não estão nem ai, não sei
como uma segunda tragédia ainda não aconteceu e ainda não invadiram a
casa daquela família. Como disse a polícia assiste impassível sem nada
fazer, é muito triste este é o país que estamos criando os nossos filhos.
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