sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Mulher acusa funcionários de joalheria de racismo

PRECONCEITO

Mulher acusa funcionários de joalheria de racismo

Publicada em 05/08/2010 às 23h03m

Gabriel Mascarenhas
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RIO - A bancária Emanuele Bernardes de Freitas, de 27 anos, acusa funcionários da joalheria Monte Carlo, no Centro, de racismo. Na quinta-feira da semana passada, ela foi abordada por um homem se dizendo policial à paisana, logo após comprar duas joias no valor de R$ 2 mil. O suposto policial teria dito que foi acionado pelo estabelecimento para descobrir de onde o "casal de raça negra" - a bancária estava com o primo - havia tirado "tanto dinheiro". A gerente da loja nega a acusação.

O homem que a abordou fora da loja pediu à cliente que abrisse a bolsa e comprovasse que os cartões usados eram dela. Emanuele havia adquirido um colar no valor de R$ 1.500 e um brinco de R$ 800. Pagou R$ 2 mil - total com desconto dado pela loja por ter pago em débito automático. Ela utilizou os cartões das filhas - de 2 e 3 anos - para quitar a conta. Segundo Emanuele, por causa do horário - os bancos já haviam fechado -, não poderia sacar R$ 2 mil. Ao comprovar que era mãe das donas dos cartões, a bancária foi liberada pelo suposto policial, que teria pedido desculpas.

- Desde o princípio, percebi sinais de discriminação. A toda hora, a vendedora saía para falar com a gerente, diferentemente do que aconteceu com os outros clientes. Quando paguei, a gerente disse que não poderia me dar nota fiscal porque a máquina estava quebrada. Para completar, fui abordada como se fosse uma criminosa, e esse homem não escondeu que foi chamado por funcionários da Monte Carlo - afirmou a bancária.

Depois do ocorrido, Emanuele voltou à joalheria e cancelou a compra. Nesta sexta-feira, a bancária vai registrar uma queixa-crime contra a joalheria. Ela diz que, com a ação, pretende colaborar para que outros negros não passem pela situação que ela classificou como humilhante.

- O tal (suposto) policial enfatizou que o fato de sermos negros chamou a atenção da gerente. Ele só baixou o tom quando eu disse o nome do banco onde trabalho. Um negro não pode ter uma joia cara? Fui tratada como uma criminosa, uma ladra. Trabalho duro, pago uma joia à vista, mas não posso tê-la - queixou-se a bancária.

A gerente citada por Emanuele, Márcia do Carmo, afirmou que não acionou o homem que interpelou sua cliente. Ela argumentou que a joalheria não tem seguranças e que ficou surpresa com a história contada por Emanuele ao retornar à loja.

- Podem rastrear nossos telefones. Não ligamos para ninguém, mas a cliente cismou com isso. Em nenhum momento, houve qualquer discriminação da nossa parte, tanto é que efetuamos a venda à vista. Se eu tivesse desconfiado do casal, não teríamos feito a venda - disse Márcia.

http://oglobo.globo.com/rio/mat/2010/08/05/mulher-acusa-funcionarios-de-joalheria-de-racismo-917328224.asp

12comentário(s) para esta matéria

Mulher acusa funcionários de joalheria de racismo

  1. windrain 06/08/2010 - 07h 41m

    Essa Monte Carlo é uma arapuca. Meu cunhado comprou um cordão na loja do Barra Shopping e descobriu que o cordão não era de ouro. Voltou à loja e a gerência trocou o cordão com mil pedidos de desculpas. Abram o olho com o "ouro" da Monte Carlo.Façam o teste e vejam se não estão levando gato por lebre.

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  2. meninocarioca 06/08/2010 - 07h 09m

    Joalheria sem segurança ?

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  3. oggferreira 06/08/2010 - 06h 42m

    Nota: discriminação.

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  4. oggferreira 06/08/2010 - 06h 41m

    Cartões de crédito de pessoas com 2 e 3 anos? Isto esta cheirando ao golpe do racismo. Tudo agora é racismo,ações afirmativas e coisa e tal. Realmente existem casos de disminação em nosso país,mas se não atentarmos para os exageros da "consiencia negra" veremos casos de criminosos pedindo absolvição,nos tribunais,alegando que só foram acusados por puro racismo.

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  5. Quico72 06/08/2010 - 06h 28m

    Também achei meio estranha essa história de usar cartões de débito das filhas de DOIS e TRES ANOS. Por que essas crianças teriam cartões ?

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  6. ClaraE 06/08/2010 - 06h 23m

    Racismo à parte( só isso já justifica um belo processo; espero que a moça tenha testemunhas), será que mamãe meteu a mão no cofrinho das crianças?Rssss....

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  7. BOCANOTROMBONE 06/08/2010 - 04h 42m

    Racismo de lado, se houve, tem de processar. Agora, como uma pessoa tem cartões de débito em nome de 2 filhas de 2 e 3 anos e os utiliza para efetuar uma compra? Se eu fosse o lojista desconfiaria e não venderia, pelo fato do cartão ser intransferível, ,mas vendeu por ganância, bobeou e deu margem para tomar um processo nas costas

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  8. rafael26 06/08/2010 - 04h 15m

    ate eu desconfiaria se uma cliente usasse cartao com nome de pessoas diferenmtes

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  9. FlaviaDelgado 06/08/2010 - 03h 41m

    wow, q absurdo. Mas é por ai mesmo, a gente tem q se mexer, caso contrário, eles fazem o q querem. Vá em frente e processe mesmo. Onde já se viu isso, minha gente? Ainda fico indgnada com esse tipo de coisa.

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  10. jonnyrj 06/08/2010 - 02h 26m

    triste e lamentavel, vá em frente amiga, processe esse povo com tdo que tem direito, sou branco e te apoio

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  11. Vespista 06/08/2010 - 02h 02m

    Esse comentario é uma critica ao sistema, um desabafo ou é um manifesto nazista ?

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  12. willians viana 06/08/2010 - 00h 41m

    "Brasil mostra a tua cara, quero ver quem paga..." Eles ainda dizem que racista sao os EUA. Pelo menos la eles tem um presidente negro, coisa que aqui na republica mestico-tupiniquim da America do Sul isto jamais acontecera.

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segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Negros e brancos: iguais :: Renato Ferraz

Correio Braziliense - 31/07/2010

Negros e brancos: iguais :: Renato Ferraz

O presidente Lula sancionou sem muito alarde, na semana passada, o Estatuto da igualdade racial, que estabelece diretrizes e garante direitos para a população negra. Prevê, por exemplo, a obrigatoriedade do ensino da história da África, reitera a liberdade para a prática de cultos religiosos de origem africana e estimula a criação de ouvidorias em defesa da igualdade racial. Lula, ao não vetar nenhum ponto, aceitou que ficasse valendo para a sua maior polêmica o que o Senado e a Câmara haviam decidido: a definição de cotas para negros em diversas atividades fica para outra ocasião.

E isso é bom, apesar das críticas dos movimentos sociais. Creio que o Brasil não está maduro ainda para ser tão radical. Como exigir, por exemplo, que haja cotas para contratação de negros em empresas privadas sem que isso provoque, na pior das hipóteses, algum tipo de enfrentamento? Sem que predomine a visão separatista de que as elites brancas, premeditadamente, agem a todo instante para explorá-los ou escanteá-los das oportunidades de educação e trabalho?

Sem se fazer nenhum juízo de valor aqui, vale lembrar que se estava exigindo cotas em universidades, partidos políticos e até em programas de televisão. Acontece que o Estatuto vai além da definição de cotas. Ele é relevante até como gesto político, pois, ao nascer, confessa existir no país uma desigualdade racial há quem não queira nem sequer admitir isso. É relevante, também, porque admite explicitamente que o Estado deve agir para reduzi-la. Por fim, mostra a força do movimento negro, que desde o término da ditadura militar luta por políticas públicas e contra o racismo.

O que se quer, daqui para a frente, é que se entenda que um passo foi dado. Quando houver socialmente uma ampla maturidade e um profundo conhecimento de causa, resultado de muito debate, entraremos, então, no processo de definição de temas mais polêmicos como exigir que o Sistema Único de Saúde identifique os pacientes pela cor da pele. O que se quer é que o Estatuto sirva pelo menos para que o Estado, por meio do braço Justiça, seja menos impune e aplique com rigor a lei que criminaliza o racismo. Hoje, em vez de entender racismo como crime inafiançável, passível de prisão de até cinco anos, o poder público o considera injúria, que dá prisão de um a seis meses e multa. Há, pois, muito o que fazer antes de apenas definir cotas.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Agora é Lei: Sancionada Lei de Combate ao Racismo em MS

Noticia de: 13 de Julho de 2010 - 11:00
Agora é Lei: Sancionada Lei de Combate ao Racismo em MS

O presidente da Assembleia Legislativa sancionou a Lei de Combate ao Racismo em Mato Grosso do Sul de autoria do deputado estadual Amarildo Cruz, líder da bancada petista na Assembleia. A Lei Nº 3.926 de 30 de Junho de 2010 dispõe sobre as medidas de combate ao racismo no Estado, especialmente através de campanhas educativas.

A Lei de Combate ao Racismo tem como item a criação e divulgação de programas e campanhas de caráter educativo, informativo e de orientação social, que promove a valorização da participação do negro na formação histórica e cultural brasileira e de combate às idéias e práticas racistas, nos veículos de comunicação social, de cujo espaço se utilize à administração pública.

Historicamente os negros foram relegados a um plano secundário em termos e condição social, especialmente de acesso ao trabalho, à cultura, a educação, a saúde e aos demais bens produzidos pela sociedade, sofrendo racismo e discriminação. "Em nosso Estado não existe qualquer programa de divulgação e valorização da história e da cultura dos negros no Brasil", destaca o deputado estadual Amarildo Cruz.

A Lei também apresenta como medida de combate ao racismo à punição ao agente público que, no exercício de sua função, agir de forma discriminatória em razão de cor ou raça e busca organizar a rede pública de ensino estadual no sentido de incluir no conteúdo programático oficial do ensino fundamental e médio o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade brasileira.

"O cidadão ao aprender sobre a contribuição da população negra para o desenvolvimento do Brasil, sua rica cultura e sua luta por igualdade de oportunidade, e também ao conhecer a história e a cultura Afro-Brasileira, começará a respeitar o negro, desde o começo do período escolar. Nessa perspectiva estaremos promovendo a igualdade racial", conclui o deputado Amarildo Cruz.

fonte: amarildocruz.com.br

http://www.ptms.com.br/exibe.php?id=62225&cod_editorial=1&url=exibe.php&pag=393&busca=

Parceria entre MEC e Febraban cria 'cota de estágio'

Parceria entre MEC e Febraban cria 'cota de estágio'

Previsão é que acordo resulte em cerca de 600 jovens estagiando no primeiro ano

27 de julho de 2010 | 18h 30
Mariana Mandelli - O Estado de S. Paulo

O Ministério da Educação e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) devem assinar hoje um acordo que deve fazer com que os bancos reservem até 10% de vagas de estágio a alunos do Programa Universidade para Todos (ProUni).

A entidade com o governo federal prevê, para o primeiro ano da parceria, uma média de 600 jovens estagiando por meio do acordo. “Não estamos reinventando nenhum tipo de processo. Estamos integrando forças com outros órgãos para promover a diversidade e ações afirmativas”, afirma Mário Sérgio Vasconcelos, diretor de relações institucionais da Febraban. “Assim, vamos oferecer vagas e oportunidades de capacitação, treinamento e de carreira.”

Segundo ele, o acordo envolve, além do MEC, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM). A ideia é incentivar a inclusão de mulheres e negros, valorizar a diversidade no setor bancário, fortalecer os processos de administração e gestão de carreiras da mulher e proporcionar oportunidades de inserção no mercado de trabalho de homens e jovens negros que participaram do ProUni e jovens de maior vulnerabilidade social.

Devem participar da cerimônia de assinatura do acordo o presidente da Febraban, Fabio Barbosa; a diretora de Políticas e Programas de Graduação do MEC, Paula Branco de Mello; o ministro da SEPPIR, Eloi Ferreira de Araújo, e a ministra da SPM, Nilcéa Freire.



Bancos vão destinar 10% de vagas de estágio a alunos do ProUni

Bancos vão destinar 10% de vagas de estágio a alunos do ProUni

Após censo apontar desigualdade no setor, Febraban quer promover a inclusão de mulheres e negros

iG São Paulo | 27/07/2010 12:51

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A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) assinará na próxima quarta-feira (28) um protocolo de intenções com o Ministério da Educação (MEC), a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e a SPM (Secretaria de Políticas para as Mulheres) para promover a inclusão de mulheres e negros, e valorizar a diversidade no setor bancário.

Os bancos vão destinar 10% das vagas de estágio para estudantes do Programa Universidade para Todos (ProUni), que concede bolsas integrais e parciais para alunos de baixa renda. O objetivo da ação, segundo a Febraban, é proporcionar "oportunidades de inserção no mercado de trabalho" a negros originários do ProUni e a jovens de maior vulnerabilidade social.

A Febraban estima que no primeiro ano de vigência do acordo 600 jovens poderão obter estágio nas instituições. O acordo começa valer a partir desta quarta-feira.

Desigualdade no setor

A iniciativa surgiu após os resultados do Censo da Diversidade Bancário, realizado pela Febraban em 2009, com 208 mil bancários – mais da metade dos funcionários do setor participaram da pesquisa. Os resultados apontaram que a participação dos negros no setor é de 19%, inferior ao porcentual da força de trabalho formal (32%).

A Febraban avalia que “os desafios da inclusão no setor são enormes”. “Outras questões a serem abordadas são a participação das mulheres negras no que diz respeito a diferenças salariais em relação aos homens e participação em cargos de chefia”, observa a Federação.

O protocolo tem como objetivos fortalecer os processos de administração e gestão de carreiras da mulher, da mulher negra e da mulher com deficiência no setor bancário. De acordo com a Febraban, a proposta com a SPM é elaborar um programa de trabalho voltado para a contratação, qualificação e promoção das mulheres. A entidade espera ter o projeto concluído num prazo máximo de 60 dias.