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História de Itabuna
Nomes oficiais da Pça Adami são esquecidos por Itabuna
que adotaram o "Adami" e assim permanece quase cem anos depois. Na verdade a praça foi dividida em três espaços, cada um batizado com um nome diferente: Siqueira Campos, Octaciana Pinto e Getúlio Vargas.
O Adami não existe legalmente nos anais municipais e, de acordo com pesquisa do Arquivo Público Municipal, "o apelido" dado à praça faz parte da identidade do itabunense.
A história da praça começou muito antes da emancipação de Itabuna. Na antiga Vila de Tabocas um largo espaço se formou naturalmente entre as ruas do Buri (Sete de Setembro), dos Anjos (Rui Barbosa) e da Lama (Barão do Rio Branco).
Ali existia uma lagoa que ficava seca a maior parte do tempo, formando um grande lamaçal. Um nascente e próspero comércio se consolidava ao seu redor e por isso os comerciantes taboquenses reivindicavam ao intendente de Ilhéus, Coronel Domingos Adami, o aterramento da lagoa.
Através do Coronel Henrique Alves dos Reis, o serviço foi feito, sendo um dos primeiros melhoramentos urbanos de Tabocas, custeado pela intendência Municipal.
Em decorrência desse serviço, o Coronel ilheense foi homenageado com seu nome dado ao largo.
Pólo regional
Ainda de acordo com a seleção de textos sobre praças de Itabuna feita pelo Arquivo Municipal, "a vila cresceu e se transformou num pólo regional e o antigo largo nunca se transformou em praça na sua conotação plena - espaços livres e públicos, destinados ao lazer, ao convívio da população, acessíveis aos cidadãos e livres de veículos. Ela sempre teve que conviver com trânsito de animais, carroças e carros".
A praça Adami nunca deixou de ser um espaço de interação de todos os elementos da sociedade. Era ali que a população manifestava sua territorialidade, os poderosos o seu poder e os pobres sua pobreza.
Era ainda o palco de muitas manifestações, de costumes e hábitos da população, lugar de articulações, do comércio, de festa e da política. Aliás, ela é ainda palco dos principais eventos públicos realizados na cidade.
As datas da praça
Em 1904 o Coronel Henrique foi abordado pelos negociantes da praça para que ele conseguisse aterrar a lagoa ali existente. Funda e com peixes, a lagoa algumas vezes tinha até jacaré, segundo pesquisa do Arquivo Público.
O Coronel Adami queria protelar a execução da obra, mas Henrique Alves o convenceu. Foi em janeiro de 1905 a inauguração do serviço de aterro e o calçamento da praça denominada então Adami. Uma comitiva veio de Ilhéus especialmente para o ato.
Pouco mais de três anos depois o intendente taboquense, engenheiro Olynto Leone, decretou a desapropriação das casas para abrir comércio direto entre a praça Adami e a rua do Buri. Em 1908 foi a vez de Henrique Alves decretar a divisão dos quarteirões.
Num desses espaços (hoje Getúlio Vargas) surge, em 1921, a primeira feira livre do sul da Bahia. A partir daí, eventos sociais, culturais, políticos e religiosos não pararam mais de acontecer, a exemplo de festivais, carnavais, comícios e missas campais.
Foi o vereador Gerson Souza quem apresentou o projeto para trocar o nome de Adami por Octaciana Pinto, uma das primeiras e famosas parteiras de Itabuna.
O projeto, apresentado em 1963 foi aprovado por unanimidade. No entanto o nome nunca "pegou". Hoje, pelos Correios, existe CEP para a Praça Adami e para a Siqueira Campos, mas não para a Getúlio Vargas.
Memoria Grapiuna é um projeto da Fundação Jupará com patrocínio da rádio Morena FM 98.7 e jornal A Região.