Alguns devem estar comemorando.
O Estatuto caiu.
Quem leu a decisão de arquivamento pelo MPF da representação contra Forcas
Armadas, Itamaraty, e Igreja Católica, no Inquérito Civil Público.
n.1.00.000.007597/2006-61, devia estar de cabelo em pé. A Procuradora da República Carolina Martins Miranda de Oliveira faz afirmativas,
que em minha opinião, assemelham-se a barbaridades, que deveriam estar
chamando atenção para a derrocada precoce e jurídica do Estatuto da Igualdade
Racial.
Quem quiser, (e acho que todo mundo deveria querer), pode pegar as seis páginas
que coloquei no Blog do Humberto Adami. (Humbertoadami.blogspot.com/)
Enquanto isso a lista de discriminação racial produz uma discussão inócua de
quem entra e quem sai do Movimento Negro, e "caldos de galinha". Um desperdício
que demonstra a falta de direção do Movimento Negro.
Aqui no Tocantins tomamos caldo de piranha e tucunaré.
O PT fez um seminário para literalmente "puxar o saco" do Jose Dirceu, e imagino
os" negros do PT" gritando "Dirceu, Dirceu".
Ainda não esqueci o dia que me barraram lá, após terem me convidado para falar
do ingresso do amicus curiae do partido político PT nas cotas da UNB no STF, o
que acabou não acontecendo até hoje.
A Procuradora da República diz não poder exigir das Forcas Armadas, da Igreja, e
do Itamaraty, o exame do número de pretos e pardos existentes nas três forcas
armadas, num total de 54 mil homens, em especial na Marinha, para apurar a
ausência de negros em cargo de comando. A Petrobrás já fez isso, outros também.
Não existe nenhuma dificuldade, é só apertar o botão do computador.
Docilmente concorda a procuradora em não poder exigir os dados estatísticos dos
militares, mesmo após ter requisitado através do Procurador Geral da República,
à então ministra da Casa Civil, Dilma Roussef. Não atendida, ficou por isso
mesmo.
E mesmo depois da Aeronáutica e Exército dizerem que estavam se preparando para
mandar as estátiscas para o inquérito. A Aeronáutica deu até percentuais de
cadetes afrodescendentes na Academia de Força Aérea, que constam em oficio no
site do IARA (www.iara.org.br). Um absurdo.
Avisem ao jornalista Sionei Oliveira, ligado ao Movimento Negro, para ir
correndo ver este inquérito. Ele realizou Seminário na Câmara dos Deputados onde
apurou serem apenas cinco os generais pretos do exercito brasileiro. Isso está no
inquérito. E a Procuradora diz que não tem dados e que a reclamação é genérica,
aliás conhecido chavão do MP para arquivar qualquer coisa.
No Itamaraty, ela louva o cursinho preparatório do Instituto Rio Branco, mas
adota uma posição que se assemelha "a se os pretos não estão lá (23 em 1400 diplomatas), a
culpa é deles que não estudaram o suficiente para passar no concurso público".
A informação do número consta de reportagem do jornalista Hugo Studart, na
Revista ISTO É.
E isso após o "concurso público do Itamaraty" ter barrado o futuro Ministro
Joaquim Barbosa, na entrevista. Consta na audiência publica do senado que o
ratificou como ministro do STF.
No caso da Igreja Católica, a Procuradora considera, também, dados ausentes,
mesmo após, na visita do Papa a própria CNBB ter afirmado ser de 3% apenas os
Bispos negros brasileiros, não podendo o MP brasileiro, "se intrometer neste
segmento privado". Segmento privado quem? A Igreja Católica. Quer dizer que se
padre preto não consegue virar bispo, o MP brasileiro só pode aguardar "as
mudanças da sociedade"?
Devemos todos, remeter recursos ao Conselho Superior de Ministério Publico
Federal. Iradhj e Thiago Thobias ficaram de providenciar cópias digitalizadas do
inquérito e após isso, continuemos remetendo recursos com entidades diferentes.
Depois ao CNMP.
O prof. Antonio Gomes, denunciante do livro de Monteiro Lobato, fez uma análise
da decisão do MPF DF na lista de discriminação racial.
Ação Afirmativa nas forcas armadas norte-americanas foram amplamente exitosas.
Negros e índios não devem ingressar apenas para cargos menores. A Marinha vem se
portando de forma lastimável em todo esses episódios, seja questão quilombola,
seja em conhecimento de seu próprio pessoal.
Os que não conseguirem acessar a decisão do MP no Blog do Humberto Adami, avisem
que mando os arquivos.
Humberto Adami
Humbertoadami@gmail.com
Leia aqui a decisão de arquivamento do MPF
http://humbertoadami.blogspot.com/2011/09/inquerito-civil-desigualdade-racial-nas.html
http://humbertoadami.blogspot.com/2011/09/inquerito-civil-desigualdade-racial-nas.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário