sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Escolas do Rio vão ter de provar que cumprem Lei de História da Africa e cultura afrobrasileira.

Escolas do Rio vão ter de provar que cumprem Lei de História da Africa e cultura afrobrasileira

  A juíza ALESSANDRA CRISTINA TUFVESSON PEIXOTO, da 12a. Vara da Fazenda Pública, determinou a apresentação dos currículos das 10 maiores escolas particulares do Rio de Janeiro, bem como das redes estaduais e municipal da capital, para realização de perícia judicial nos mesmos, verificação do cumprimento da lei de História da África e cultura afro-brasileira. O pedido foi feito pelo IARA Instituto de Advocacia Racial e Ambiental, do Rio de Janeiro, e entidades parceiras do Movimento Negro do Rio de Janeiro.    

Eis a decisão na íntegra:
"Trata-se de ação cautelar preparatória de ação civil pública, com pedido liminar, em que a parte autora pede a verificação dos currículos das entidades indicadas para integrar o polo passivo da presente demanda, para verificação da inclusão da disciplina História e Cultura Afro-Brasileira. Assim, considerando que sequer há risco de irreversibilidade deste provimento, e que é relevante o fundamento da alegação do autor, considerando o conteúdo das Leis n°10.639/03 e 11.645/08, determino a apresentação dos currículos das rés nestes autos, para realização da prova pericial pretendida, com prazo de 10 dias contados da intimação desta para apresentação destes documentos. Intime-se. Após o cumprimento desta ordem liminar, será deferida a prova pericial determinada na decisão de segunda instância comunicada a fls. 2029, considerando a resposta de ofício de fls. 2259.
ALESSANDRA CRISTINA TUFVESSON PEIXOTO"


Trata-se da primeira vitória, em nível nacional sobre o tema, para escolas publicas e privadas, onde a utilização da litigância estratégica em combate ao racismo institucional, desde o STF até juízes de primeiro grau, como faz o IARA, concorrerá ao Premio Inovare.

A ação ajuizada em 2008 já teve a interferência do CNJ Conselho Nacional de Justiça, a pedido do IARA, e a perícia, em 2014, ainda não foi realizada. Ver em 


Considero um passo gigantesco nessa perícia judicial onde já foi requerido auxílio das Universidades do Estado do Rio de Janeiro UERJ Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ, devido à ausência de peritos judiciais com expertise para tratar do assunto. A medida cautelar será modelo para a advocacia de todo o país.

HUMBERTO ADAMI
Advogado



Veja aqui o processo no site do TJ RJ



AutorINSTITUTO DE ADVOCACIA RACIAL E AMBIENTAL IARA


Representante Legal





HUMBERTO ADAMI SANTOS JÚNIOR
AutorINSTITUTO DE PESQUISAS E ESTUDOS AFRO BRASILEIROS
Representante LegalELIZABETH LARKIN NASCIMENTO
AutorCRIOLA
Representante LegalLÚCIA XAVIER DE CASTRO
Representante LegalJUREMA PINTO WERNECK
AutorCENTRO DE ARTICULAÇÃO DE POPULAÇÕES MARGINALIZADAS CEAP
Representante LegalCARLOS ALBERTO IVANIR DOS SANTOS
Advogado(RJ000830) HUMBERTO ADAMI SANTOS JÚNIOR
RéuGOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ProcuradorMÁRIO AUGUSTO FIGUEIRA (PGE)
RéuPREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
ProcuradorANDRÉ TOSTES (PGM)
RéuCOLÉGIO DE SÃO BENTO DO RIO DE JANEIRO
Advogado(RJ021676) MARIA DE LOURDES ESTRUC DAQUER
RéuCOLÉGIO SANTO AGOSTINHO
RéuCOLÉGIO SANTO INÁCIO
RéuCOLÉGIO MOPI
Advogado(RJ008271) OCTAVIO RAMOS CANEDO
RéuCOLÉGIO DE APLICAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
RéuINSTITUTO DE TECNOLOGIA ORT DO RIO DE JANEIRO
Advogado(RJ080736) SÉRGIO MALAMUD
RéuCOLÉGIO SÃO VICENTE DE PAULO
Advogado(RJ128504) JAQUELINE CRISTINA DA SILVA ARAUJO DOS SANTOS
RéuESCOLA ALEMÃ CORCOVADO
Advogado(RJ093092) ANTONIO AUGUSTO SALDANHA ALVES DE SOUZA
RéuCOLÉGIO ST PATRICK S
Advogado(RJ067864) RENATA MARIA NOVOTNY VALLARELLI
Advogado(RJ056034) DANILO SARAMAGO SAHIONE DE ARAUJO
RéuINSTITUTO CULTURAL BRASIL INGLATERRA LTDA
Advogado(RJ028115) GERALDO JOSÉ RIBEIRO MOTTA




FONTE: Blog do Humberto Adami


VER TAMBÉM:


IARA e parceiros no CNJ por perícia em educação étnico racial
http://humbertoadami.blogspot.com.br/2013/05/iara-e-parceiros-no-cnj-por-pericia-em.html


CNJ, 10.639, e Comissão Interamericana de Direitos Humanos
http://humbertoadami.blogspot.com.br/2013/10/cnj-10639-e-comissao-interamerericana.html

IARA: UERJ E UFRJ INTIMADAS POR JUIZ EM PERÍCIA SOBRE 10.639

Escolas do Rio vão ter de provar que cumprem Lei de História da Africa e cultura afrobrasileira.

  A juíza ALESSANDRA CRISTINA TUFVESSON PEIXOTO, da 12a. Vara da Fazenda Pública, determinou a apresentação dos currículos das 10 maiores escolas particulares do Rio de Janeiro, bem como das redes estaduais e municipal da capital, para realização de perícia judicial nos mesmos, verificação do cumprimento da lei de História da África e cultura afro-brasileira. O pedido foi feito pelo IARA Instituto de Advocacia Racial e Ambiental, do Rio de Janeiro, e entidades parceiras do Movimento Negro do Rio de Janeiro.    

Eis a decisão na íntegra:
"Trata-se de ação cautelar preparatória de ação civil pública, com pedido liminar, em que a parte autora pede a verificação dos currículos das entidades indicadas para integrar o polo passivo da presente demanda, para verificação da inclusão da disciplina História e Cultura Afro-Brasileira. Assim, considerando que sequer há risco de irreversibilidade deste provimento, e que é relevante o fundamento da alegação do autor, considerando o conteúdo das Leis n°10.639/03 e 11.645/08, determino a apresentação dos currículos das rés nestes autos, para realização da prova pericial pretendida, com prazo de 10 dias contados da intimação desta para apresentação destes documentos. Intime-se. Após o cumprimento desta ordem liminar, será deferida a prova pericial determinada na decisão de segunda instância comunicada a fls. 2029, considerando a resposta de ofício de fls. 2259.
ALESSANDRA CRISTINA TUFVESSON PEIXOTO"


Trata-se da primeira vitória, em nível nacional sobre o tema, para escolas publicas e privadas, onde a utilização da litigância estratégica em combate ao racismo institucional, desde o STF até juízes de primeiro grau, como faz o IARA, concorrerá ao Premio Inovare.

A ação ajuizada em 2008 já teve a interferência do CNJ Conselho Nacional de Justiça, a pedido do IARA, e a perícia, em 2014, ainda não foi realizada. 


Considero um passo gigantesco nessa perícia judicial onde já foi requerido auxílio das Universidades do Estado do Rio de Janeiro UERJ Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ, devido à ausência de peritos judiciais com expertise para tratar do assunto. A medida cautelar será modelo para a advocacia de todo o país.

HUMBERTO ADAMI
Advogado



Veja aqui o processo no site do TJ RJ



AutorINSTITUTO DE ADVOCACIA RACIAL E AMBIENTAL IARA
Representante LegalHUMBERTO ADAMI SANTOS JÚNIOR
AutorINSTITUTO DE PESQUISAS E ESTUDOS AFRO BRASILEIROS
Representante LegalELIZABETH LARKIN NASCIMENTO
AutorCRIOLA
Representante LegalLÚCIA XAVIER DE CASTRO
Representante LegalJUREMA PINTO WERNECK
AutorCENTRO DE ARTICULAÇÃO DE POPULAÇÕES MARGINALIZADAS CEAP
Representante LegalCARLOS ALBERTO IVANIR DOS SANTOS
Advogado(RJ000830) HUMBERTO ADAMI SANTOS JÚNIOR
RéuGOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
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ProcuradorANDRÉ TOSTES (PGM)
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Advogado(RJ021676) MARIA DE LOURDES ESTRUC DAQUER
RéuCOLÉGIO SANTO AGOSTINHO
RéuCOLÉGIO SANTO INÁCIO
RéuCOLÉGIO MOPI
Advogado(RJ008271) OCTAVIO RAMOS CANEDO
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Advogado(RJ080736) SÉRGIO MALAMUD
RéuCOLÉGIO SÃO VICENTE DE PAULO
Advogado(RJ128504) JAQUELINE CRISTINA DA SILVA ARAUJO DOS SANTOS
RéuESCOLA ALEMÃ CORCOVADO
Advogado(RJ093092) ANTONIO AUGUSTO SALDANHA ALVES DE SOUZA
RéuCOLÉGIO ST PATRICK S
Advogado(RJ067864) RENATA MARIA NOVOTNY VALLARELLI
Advogado(RJ056034) DANILO SARAMAGO SAHIONE DE ARAUJO
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FONTE: Blog do Humberto Adami


VER TAMBÉM:


IARA e parceiros no CNJ por perícia em educação étnico racial
http://humbertoadami.blogspot.com.br/2013/05/iara-e-parceiros-no-cnj-por-pericia-em.html


CNJ, 10.639, e Comissão Interamericana de Direitos Humanos
http://humbertoadami.blogspot.com.br/2013/10/cnj-10639-e-comissao-interamerericana.html

IARA: UERJ E UFRJ INTIMADAS POR JUIZ EM PERÍCIA SOBRE 10.639


quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Cotistas se reúnem na Adami Advogados


Um grupo de cotistas dos editais para concurso de professores da prefeitura do Rio de Janeiro, se reuniu hoje, 30.11, na sede de Adami Advogados, no centro do Rio de Janeiro,  para discutir medidas judiciais em face da declaração de inconstitucionalidade da lei 5.401/2012, proferida pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro,  na ADI - Ação Direta de Inconstitucionalidade impetrada pelo Deputado Flavio Bolsonaro ( ver aqui).Na foto, além dos advogados Humberto Adami (de pé) e Rafael Simas ( sentado, `a direita), e o histórico militante do Movimento Negro carioca, o designer Luiz Carlos GÁ, do site Faça a Coisa Certa, (sentado, esquerda, de chapéu), alguns dos professores que participaram da reunião, e que ingressarão com ações judiciais a partir desta semana.    



Veja também: 

COTAS NO RIO: REPETECO

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

COTAS NO RIO: REPETECO

UM GRUPO DE 15 COTISTAS SE REÚNE AMANHA, NA SEDE DA ADAMI ADVOGADOS, NO CENTRO DO RIO, ÀS 16 HORAS, PARA DELIBERAR SOBRE O INGRESSO EM JUÍZO CONTRA A DECISÃO DA PREFEITURA DE NÃO CONTRATAÇÃO EM FACE DA LEI 5.401, E DO JULGAMENTO DE INCONSTITUCIONALIDADE PELO TJRJ.  
é UM REPETECO DA IMPLEMENTAÇÃO DAS COTAS NA UNIVERSIDADE. 
HUMBERTO ADAMI




POLÊMICA

Justiça declara inconstitucional lei de cotas na prefeitura

Em ação proposta pelo deputado estadual Flávio Bolsonaro (PP), o Tribunal de Justiça do Rio declarou ontem, por 18 votos a 3, a inconstitucionalidade da Lei municipal n° 5.401/2012, que estabelecia cotas em concursos públicos no Município do Rio de Janeiro, sem critério econômico, para negros e índios.
A maioria dos desembargadores entendeu que a iniciativa de leis como essa cabe ao Poder Executivo, e não a um vereador, como era o caso. Dois desembargadores, que também votaram pela inconstitucionalidade da lei, entenderam que o vício era material, pois quando as cotas estão desvinculadas do critério econômico perdem seu caráter de inclusão social e possibilitam situações em que um negro rico pode tomar o lugar de um negro pobre.
-- Cotas sem o critério econômico promovem injustiça e incentivam o racismo. Fico satisfeito em fazer minha parte para uma sociedade que sonha banir da sua realidade o preconceito e a distinção entre seres humanos pela cor da pele -- afirmou o deputado Flávio Bolsonaro, em sintonia com o eleitorado mais reacionário.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Joaquim Barbosa sobre o racismo: diplomacia brasileira “é muitodiscriminatória”




BRASIL/ JUSTIÇA - 
Artigo publicado em 27 de Janeiro de 2014 - Atualizado em 27 de Janeiro de 2014

Joaquim Barbosa sobre o racismo: diplomacia brasileira “é muito discriminatória”

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa
STF

Lúcia Müzell
Em 1993, quando deixou Paris com um título de doutor recém-conquistado na Universidade Panthéon-Assas, Joaquim Benedito Barbosa Gomes não imaginaria que, quase 20 anos depois, seria o primeiro negro a assumir a presidência do Supremo Tribunal Federal. A nomeação, entretanto, é uma exceção em um país onde o racismo se esconde atrás de piadas e os negros permanecem longe de ter acesso às mesmas oportunidades que os brancos, apesar de comporem a maioria da população. Em entrevista exclusiva à RFI, Barbosa afirma que um dos piores exemplos é a face brasileira no exterior: a diplomacia, segundo ele, ainda “é muito discriminatória”.

Durante sua curta passagem por Paris, na semana passada, o presidente do STF foi recebido como convidado de honra no Conselho Constitucional francês, uma das instituições de maior prestígio do país. Poucos minutos antes de embarcar em um trem rumo a Londres, onde cumpre a segunda etapa de compromissos oficiais na Europa, ele conversou com a RFI.
Na semana passada, enquanto os jornalistas brasileiros aguardavam o senhor em um café na praça da Sorbonne, um garçom francês, negro, reconheceu o seu nome e sabia quem o senhor era. O senhor já é reconhecido no exterior? 
Eu sempre tive o hábito de parar na praça da Sorbonne, não somente para tomar um café mas para estudar. Eu gostava de ficar ali. Mas em relação a um garçom ter me reconhecido, isso representa o fato de que os negros se reconhecem em qualquer lugar do mundo. Eles se reconhecem uns nos outros.

A sua carreira é de exceção no Brasil: um negro de origem humilde que chega à presidência do STF. Hoje, foram implantadas as cotas, por exemplo, entre outras ações para integrar melhor os negros na sociedade, inclusive em altos cargos. O senhor acha que a situação melhorou? 
As coisas melhoraram um pouco nestes últimos 20 anos. Mas eu acho que nós ainda precisamos de bastante cotas em diversas áreas, porque 50 ou 51% da população é formada por negros. Entretanto, eles ainda se encontram em situações de inferioridade, sofrem discriminação, conseguem empregos ruins. No Brasil, nós não vemos os negros em cargos de direção nas empresas, ao contrário de outros países. A nossa diplomacia é formada em 99% por brancos e é muito discriminatória. Ou seja, ainda temos muito a fazer. Muito mesmo.

Na Europa, essa pouca representação dos negros nos altos cargos no Brasil, um país tão miscigenado, causa estranheza. O senhor acha que o Brasil é um país racista?
É um país onde o racismo é latente. Não é explícito: é latente. Ele é disfarçado, e se mostra nas situações nas quais os negros são excluídos. Quando alguém é surpreendido em um ato racista, ele muda de discurso, faz como se não fosse nada, diz que era uma brincadeira, reafirma que o país é uma mistura de raças, lembra que tem uma tia negra. Porém, em tudo aquilo que conta de verdade, na economia, nas posições de comando, os negros são excluídos.

Recentemente, a ministra francesa da Justiça, Christiane Taubira, foi alvo de vários ataques racistas. O senhor se encontrou com ela na semana passada. Vocês conversaram sobre este assunto? 
Sim, nós falamos. Eu acho isso vergonhoso para a França. Uma mulher com muitas qualidades, como a ministra da Justiça Taubira, ser alvo de atos de machismo e de racismo. Nós estudamos na mesma faculdade de Direito em Paris, Panthéon-Assas, embora não tenhamos nos conhecido na época. Ela estudava em Assas e eu fazia o doutorado em Panthéon. E nós conversamos sobre incidentes racistas que nós dois tivemos na época. Houve brigas envolvendo a extrema-direita no campus, coisas assim. Eu acho tudo isso assustador. Porém, na França pelo menos existe o debate, enquanto, no Brasil, tudo fica escondido. Tudo fica como se fosse uma brincadeira. As medidas necessárias [contra o racismo] não são tomadas. O assunto é tratado com superficialidade. O assunto não é levado a sério, e este é o problema.

Durante as manifestações do ano passado, o senhor era visto como um ídolo. O seu nome era evocado para a presidência da República. Nos últimos meses, entretanto, o senhor virou alvo da imprensa, como por exemplo sobre o pagamento de diárias durante a sua viagem à Europa. Como o senhor sentiu essa mudança?
Isso não me incomoda. Isso faz parte do caráter um pouco provinciano do debate público no Brasil. Eu gostaria de debater as coisas sérias. É isso que me interessa. Mas tem uma certa imprensa sem escrúpulos no Brasil, pessoas pagas por fundos governamentais e que só querem saber de me atacar, mas eu só faço o meu trabalho. Faço o meu trabalho e não estou nem aí para essas pessoas.

Questionar a sua honestidade o incomoda?
São os brasileiros que devem dizer se sou honesto, e não estes maus-caracteres.
 
http://www.portugues.rfi.fr/brasil/20140127-joaquim-barbosa-sobre-o-racismo-diplomacia-brasileira-e-muito-discriminatoria
TAGS: BRASIL - FRANÇA - JOAQUIM BARBOSA - JUSTIÇA - RACISMO

Uerj expulsa aluno de medicina que fraudou sistema de cotas sociais

Uerj expulsa aluno de medicina que fraudou sistema de cotas sociais

  • 27/01/2014 - 16h08
Isabela Vieira- Repórter da Agência Brasil
Edição Davi Oliveira


Um aluno que fraudou o vestibular de medicina da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) foi expulso da instituição e ainda pode responder na Justiça pelo crime. A fraude no sistema de cotas sociais foi identificada ao final de 2013, com base em denúncias de colegas do  próprio curso. É o primeiro caso do tipo na Uerj, desde a criação das ações afirmativas, há 12 anos.
De acordo com o reitor da universidade, Ricardo Vieiralves, o jovem de classe média alta fraudou a declaração de renda familiar. Ele falsificou documentos para comprovar filiação a uma pessoa com renda de cerca de R$ 1 mil. No entanto, foi descoberto por colegas, que desconfiaram do padrão de vida do estudante, que cursava o segundo período de medicina.
“As marcas das condições cultural e econômica, um dia, elas se revelam. Os estudantes ficam com medo [de denunciar] em um primeiro momento, porque ninguém quer ser dedo-duro, mas para preservar a lei, o sistema, é necessário [denunciar as fraudes]”, explicou o reitor da Uerj, em entrevista à TV Brasil. Segundo ele, o ex-aluno foi denunciado por uma situação de clara “injustiça” em relação aos demais.
A Uerj investiga mais nove denúncias semelhantes, de fraudes em cotas para o vestibular. A universidade reserva vagas com base na combinação de critérios econômicos e de raça, além de assegurar o ingresso de filhos de policiais e bombeiros mortos em serviço.
A denúncia sobre a fraude foi encaminhada pela Uerj ao Ministério Público Estadual e à Polícia Civil, por isso o ex-aluno corre o risco de responder a processo penal. “A fraude que esse menino provocou não foi apenas de falsificação, causou prejuízo para outras pessoas”, reforçou Vieiralves. Para ele, a Justiça pode levar esse aspecto como agravante.
Caso condenado, o jovem não poderá prestar vestibular para instituição pública nem assumir cargo no governo. A Uerj também fica impedida de fornecer documentos que permitam a transferência dele para outra faculdade, o que exige que ele preste novo vestibular.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Whisky de fim de tarde.

Quase tinha me esquecido como faz bem uma dose de um bom scotch whisky ao fim da tarde de sexta feira, encerrando uma semana produtiva, em seu próprio escritório
Saúde a todos e bom "findi".

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Monólogo em Paris conta história da primeira mulher a testemunhar sobre escravidão




Monólogo em Paris conta história da primeira mulher a testemunhar sobre escravidão
Cartaz do espetáculo Mary Prince
Cartaz do espetáculo Mary Prince
Divulgação
Kênya Zanatta
No programa desta semana, e uma atriz martinicana que encarna no palco a primeira mulher a testemunhar sobre os horrores da escravidão, uma mostra sobre o fascínio dos artistas do início do século 20 pela mecanização da vida moderna e a Semana Mozart em Salzburgo, que comemora o aniversário do compositor com um programa de óperas e concertos sinfônicos. Clique em "Ouvir" para conferir o Agenda Europa completo.
Vencedor do Globo de Ouro na categoria melhor drama e forte concorrente ao Oscar, o filme "12 Anos de Escravidão", de Steve McQueen, é baseado na história real de um negro nascido livre que é vendido como escravo no sul dos Estados Unidos.
A história é ambientada no período que antecede a Guerra de Secessão, mas levanta questões atualíssimas sobre o quanto esse passado que muita gente teima em esquecer determina as relações raciais na sociedade americana. Uma reflexão que também deve interessar os brasileiros e até os franceses, que não hesitaram em usar o trabalho escravo em suas colônias nas Antilhas.
Não existem relatos de escravos do Caribe francófono. Em compensação, centenas de escravos emancipados publicaram suas memórias nos Estados Unidos e na Inglaterra. A atriz martinicana Souria Adèle acaba de estrear em Paris um monólogo baseado no primeiro testemunho de uma mulher sobre a escravidão. Nascida nas Bermudas e vendidas aos doze anos de idade, Mary Prince publicou seu relato em 1831, antes da abolição da escravidão nas colônias britânicas.
"Esse texto não é uma acusação contra os brancos, é o testemunho de uma pessoa que viveu a escravidão. Na minha opinião, ela tinha uma resistência incrível, porque a duração da vida de um escravo era de sete anos.Ou seja, era um lento genocídio. Os donos deixavam as pessoas morrerem porque sabiam que podiam conseguir mais carne humana fresca na África", comentou a atriz em entrevista à RFI.
"Nós somos responsáveis pelo que acontece atualmente, e podemos decidir se queremos ouvir esse tipo de testemunho. Eu não ouço atualmente a voz dos escravos. Dizem que o racismo é um problema. Mas se não educarmos as pessoas sobre a história, elas continuarão ignorantes", acrescentou Souria Adèle.
Mary Prince passou pelas mãos de vários proprietários. O último deles a levou para a Inglaterra, onde ela conseguiu se tornar livre, já que a escravidão não existia no Reino Unido. Mas seu combate não terminou aí. Mary Prince ainda teve que lutar para reencontrar seu marido nas Antilhas sem retornar à condição de escrava.
peça dirigida por Alex Descas fica em cartaz no teatro da Manufacture des Abbesses até 22 de março. Já o filme "12 Anos de Escravidão" estreia no Brasil em 28 de fevereiro.
Fascínio pelas máquinas
O museu Moderna de Estocolmo inaugura na próxima quarta-feira (22) uma exposição centrada de um lado no fascínio dos artistas modernistas pelas máquinas e pela mecanização da vida cotidiana; e de outro lado no terabalho do Kraftwerk, grupo pioneiro da música eletrônica nos anos 70 que explora a relação entre o homem e a máquina em projetos multidisciplinares.
Na mostra estão desde obras do pintor francês Fernand Léger, que tentava aplicar em sua arte os princípios industriais de organização, ritmo e eficiência, até o filme "Tempos Modernos", no qual Charles Chaplin denuncia a alienação dos trabalhadores submetidos à cadência infernal da linha de montagem.
Na música, a banda alemã Kraftwerk usa sons sintéticos, a monotonia dos ritmos industriais e imagens em 3D, criando uma verdadeira trilha sonora para o mundo digitalizado do século 21.
A exposição fica em cartaz até 27 de abril. O Kraftwerk faz shows na capital sueca de 21 a 23 de janeiro.
Música lírica
Semana Mozart é organizada todo ano em Salzburgo, na Áustria, para comemorar o aniversário do compositor, nascido em 27 de janeiro. Dedicado essencialmente ao repertório mozartiano, o programa tem óperas, concertos sinfônicos, música de câmara e solistas de prestígio.
Este ano o evento celebra também os 300 anos do nascimento do compositor Gluck apresentando sua revolucionária ópera "Orfeu e Eurídice", com direção musical do maestro francês Marc Minkowski. É ele quem coordena a Semana Mozart, que acontece de 23 de janeiro a 2 de fevereiro. Outros pontos altos incluem a Filarmônica de Viena, a Orquestra Barroca de Freiburg e a Orquestra de Câmara Escocesa.