http://br.groups.yahoo.com/group/discriminacaoracial/message/44446
A INICIATIVA .É BEM VINDA
QUESTIONAR CRITÉRIO TRADICIONAIS, NÃO INCLUSIVOS, TAMBÉM É AÇÃO AFIRMATIVA.
A POSTULAÇÃO QUE, NESTE CASO, TEM ORIGEM EM FOCO INDIVIDUAL, DEVE SIM ATINGIR AMPLITUDE COLETIVA.
FAZER CHEGAR TAIS REQUERIMENTOS, COM FORÇA MÚLTIPLA, ÀS AGÊNCIAS DE FINANCIAMENTO E ASSISTÊNCIA MULTI LATERAL, É UMA NOVA E INOVADORA FORMA DE DESOBSTRUIR O VERDADEIRO BLOQUEIO DE ACESSO AOS RECURSOS PÚBLICOS E COLETIVOS, PARA DETERMINADA PARCELA DA POPULAÇÃO, EM ESPECIAL OS AFRO-DESCENDENTES.
O IARA - INSTITUTO DE ADVOCACIA RACIAL E AMBIENTAL ( WWW.IARA.ORG.BR) VEM QUESTIONANDO PUBLICA MENTE A CAPES E MEC, POR AUSÊNCIA DE RECURSOS DISPONÍVEIS PARA IMPLANTAÇÃO SÉRIA DA LEI 10.639, EM ESPECIAL NOS NÍVEIS DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UNIVERSIDADE BRASILEIRA.
OS RECURSOS SÃO RAROS OU INEXISTENTES.
CHEGAMOS A EXIGIR A NOTIFICAÇÃO JUDICIAL POR MEMBROS DO MINISTÉRIO PUBLICO, DO JUDICIÁRIO, E DO PRÓPRIO GABINETE PARTICULAR DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, PARA QUE TAIS AUTORIDADES, CAPES E MEC, INCLUINDO COM CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, SE MANIFESTASSEM A RESPEITO DA AUSÊNCIA DE RECURSOS PARA TAL TEMA, EM NÍVEL DE MESTRADO E DOUTORADO.
OS OFÍCIOS E RESPOSTAS EVASIVAS, CONSTAM DO ACERVO DO "OBSERVATÓRIO DE ADVOCACIA RACIAL".
A CONVOCAÇÃO DOS DOUTORES UNIVERSITÁRIOS É DE GRANDE ACERTO, POIS MESMO O COPENE - CONGRESSO DE PESQUISADORES NEGROS, JAMAIS MARCOU UMA AUDIÊNCIA COM O MINISTRO DA EDUCAÇÃO PARA TRATAR DO TEMA. FICA A SUGESTÃO, AINDA QUE TAL ATITUDE FOSSE DESNECESSÁRIA, POIS COM TANTOS INTELECTUAIS INTEGRANTES, NÃO EXERCER PRESSÃO - DO DIPLOMA - COMO A INICIATIVA RELATA, E PEDE AJUDA ,É OMISSÃO OU ACOMODAÇÃO. SERIA DE BOM TAMANHO A PRODUÇÃO DE UM MANIFESTO A SER DIRIGIDO AO MINISTRO DA EDUCAÇÃO, AO DIRIGENTE DA CAPES, E DO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, E AO PRÓPRIO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, QUE, SEMPRE ACUSADO DE NÃO POSSUIR DIPLOMA UNIVERSITÁRIO, VEM DEMONSTRANDO, INEQUÍVOCA MENTE, MAIS ATENÇÃO COM O TEMA EDUCAÇÃO, DO MUITOS OUTROS DA CITADA QUALIFICAÇÃO ACADÊMICA.
EM MESA REDONDA QUE PARTICIPEI NA SBPC - SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA, DE DOIS OU TRÊS ANOS ATRÁS,EM FLORIANÓPOLIS, COM ENNIO CANDOTTI E IVONNE MAGGIE, DIGA-SE POR CONVITE DE PETER FRY, TIVE A OPORTUNIDADE DE APONTAR A OMISSÃO DA INTELECTUALIDADE NA COBRANÇA DE AJUDA MATERIAL - BOLSAS - NA PÓS-GRADUAÇÃO BRASILEIRA. UMA SIMPLES VERIFICAÇÃO NOS TRABALHOS EXPOSTOS, DAVA A NOÇÃO DA QUASE INEXISTÊNCIA DE TRABALHOS NA PRÓPRIA SBPC, VOLTADOS PARA A HISTÓRIA E CULTURA DOS AFRO-DESCENDENTES.
NO MOMENTO EM QUE A RESPONSABILIDADE SOCIAL COMEÇA A PORTAR ARES DE INCLUSÃO DE AFRO-DESCENDENTES, E QUE LOGO A SEGUIR, DARÁ VALORAÇÃO ECONÔMICA A TAL INEDITISMO, NA ESTEIRA DO CAMPO DE MEIO AMBIENTE, É IMPORTANTE APONTAR A OMISSÃO E NEGLIGÊNCIA DAS AGÊNCIAS FINANCIADORAS DA PESQUISA UNIVERSITÁRIA, EM ESPECIAL NA PÓS GRADUAÇÃO.
É POSSÍVEL ANTEVER, UMA COLABORAÇÃO, COMO NO CASO PRESENTE, ENTRE MOVIMENTOS SOCIAIS ACIMA DO ASPECTO NACIONAL, DEVENDO ESTIMULAR A COLABORAÇÃO INTERNACIONAL.
FINALMENTE, JAMAIS DEIXAMOS DE COBRAR O PAPEL DE AGENCIA FACILITADORA QUE A SEPPIR - SECRETARIA MINISTÉRIO DA IGUALDADE RACIAL, DEVERIA EXERCER, JÁ QUE NÃO TEM O ORÇAMENTO QUE SE TANTO ALARDEIA NECESSÁRIO PARA SER UM ÓRGÃO EXECUTOR, POR SER UM AGENCIA FACILITADORA OU COORDENADORA.
TIVESSE CUMPRIDO TAL MISSÃO - FACILITADORA OU COORDENADORA - NOS ÚLTIMOS 05 OU 06 ( CINCO OU SEIS) ANOS, E SUA EXISTÊNCIA TERIA CUMPRIDO PAPEL HISTÓRICO INEGÁVEL( AO INVÉS DO QUE SE VIU)..
LEVAR TAIS DEMANDAS PARA A MÁQUINA PÚBLICA, PRESSIONANDO, AUXILIANDO, ABRINDO PORTAS, ENFIM, FAZENDO O TEMA INGRESSAR EM TODAS INSTÂNCIAS, É VOCAÇÃO DESTA SECRETARIA-MINISTÉRIO, MAS NÃO RETIRA A RESPONSABILIDADE DOS DEMAIS ATÔRES AQUI MENCIONADOS.
A OPORTUNIDADE ATUAL ABRE NOVA INVESTIDA PARA TAL FIM.
HUMBERTO ADAMI
www.adami.adv.br
www.iara.org.br
http://humbertoadami.blogspot.com
-------------nsagem encaminhada -------------
Data: Mon, 22 Sep 2008 13:08:54 -0000
De: "humbertoadami"
Para: humberto@adami.adv.br
Assunto: Fwd: RE: [discriminacaoracial] Carta Aberta a Capes: luta anti-racista
--- Em discriminacaoracial@yahoogrupos.com.br, Wilson Vieira
escreveu
Prezado(a)s
Sugiro a alguém da lista com doutorado completo (ainda vou concluir o
meu este ano, com certeza) que eviem o conteúdo desta "Carta aberta a
Capes" para o Jornal da Ciência, o mais importante veículo de difusão
da política científica brasileira, no momento. Porque doutorado
completo? Simples: a meritocracia branca exige, no mínimo, o título de
Doutor para vc ser ouvido pelos "sábios". Eu tb sofro preconceitos na
minha área acadêmica, a de Engenharia Nuclear, onde a quase totalidade
dos pesquisadores é branca e avessa às políticas de ação afirmativa,
às quais tentam desqualificar com o argumento de que discriminam o
branco pobre. Somente com a união conseguiremos avanços tanto na
graduação quanto na pós.
Axé
Wilson Vieira
To:
From: lugauchinho@...
Date: Sun, 21 Sep 2008 20:56:00 -0300
Subject: [discriminacaoracial] Carta Aberta a Capes: luta anti-racista
Manos e manos,
Infelizmente o discurso é sempre o mesmo. Antes nós eramos uma democracia
racial. Hoje, somos um país em crescimento que não pode ser racializado.
Nossas universidades sempre foram e continuam sendo só para os brancos.
Na pós graduação a coisa é ainda pior.
Mas acho que devemos "espraiar" tais denuncias e tais desabafos por
todos os
lugares e em todas as atividades que participarmos.
Acho que a Eliane, a frente da ABPN pode e deve - principalmente por
ter estado
no MEC-, tomar partido e buscar mudar tais procedimentos na CAPES e
nas demais
agências de fomento a pesquisa no Brasil e fora daqui.
Acho que devemos repassar esta mensagem para o maior número de pessoas que
pudermos, principalmente para os nossos pesquisadores doutores e pós
doutores
que saberão como nos apoiar.
Só espero que não tirem o time de campo por já terem chegado lá.
Boa luta a todos (as).
Asé.
Luiz Mendes
Sociólogo
Especilista em Gestão da Educação
UFRGS
----- Mensagem encaminhada de SIDNEI BORGES SILVA
Data: Fri, 22 Aug 2008 21:06:47 +0000
De: SIDNEI BORGES SILVA
Responder para: SIDNEI BORGES SILVA
Assunto: FW: ENC: [coreatitude] Carta Aberta a Capes: luta anti-racista
Companheiros Luiz Mendes e outros da Associação de Pesquisadores
Negros, é
provável que voces já estejam a par do apelo dos pesquisadores negros pela
CAPES, mas encaminho a manifestação na carta de Jaime do Amparo Alves
e o apelo
aos pesquisadores e movimento negros da Andréia Lisboa de Souza.
Antonio, podias
colocar esse pessoal que está nos EUA e o assunto como tema naquelas
teleconferências com a radio dos angolanos . Valeu. Sidnei SilvaUNEGRO-RS
From: Sidnei@...: sidneibsilva@...: ENC:
[coreatitude] Carta Aberta a Capes: luta anti-racistaDate: Fri, 22 Aug
2008
14:55:07 -0300
-----Mensagem original-----De: cristinayami [mailto:cristinayami@...]
Enviada em: sexta-feira, 22 de agosto de 2008 08:59Para:
coreatitude@yahoogrupos.com.br; Pedagogia-do-Ase@...:
[coreatitude] Carta Aberta a Capes: luta anti-racistaPrioridade: Alta
Repassando msg recebida da amiga Dircenara que esta em Austin/USA,
fazendo seu
doutorado.
O assunto é pertinente e achei que devia socializa-lo com tod@s vocês,
Cristina
Segue abaixo a carta de um colega de Austin, que ainda nao o conheco,
mas que
em breve o farei. Compartilho convosco as artimanhas do mundo real da
academia
e, por conseguinte do capitalismo.
Bjus no coracao de todos e saudades sempre.
Dircenara dos Santos SangerDoutoranda do Programa de Pós-Graduação em
EducaçãoUniversidade Federal do Rio Grande do SulTexas' University at
Austin
(USA).
Prezado Jaime,
Quero parabenizar a iniciativa corajosa de contestar Capes e Fulbright
(ver
carta abaixo) uma vez que eles recusaram financiar seu projeto de
doutorado -
dentre muitos outros do genero - ja em curso na Universidade do Texas,
cujo
tema tem a ver com relacoes raciais, juventude e violencia urbana...
Aho que devemos pensar em algo mais: abaixo-assinado, mobilizacao com
a ABPN,
CADARA, instancias juridicas e organizacoes do movimento negro para
tentarmos
pressionar mais Capes e Fulbright nos passos futuros e pensar em
estrategias...
Por enquanto meu amigo, sua carta e um chamado a mobilizacao.
Por favor, divulguem o maximo que puderem,
Um abraco de luta,
Andreia Lisboa de SousaFord Foundation FellowDoctoral Candidate -
College of
Education and Center for African American Studies (CAAAS)Texas'
University at
Austin (USA).--- On Tue, 8/19/08, Jaime wrote:
From: Jaime Subject: Carta Aberta a Capes
Prezada/os senhora/es:
Diante das justificativas apresentadas pela/os pareceristas da comissão de
seleção de bolsas de pós-graduação do Programa Capes/Fulbright pela não
recomendação da bolsa de doutorado pleno e considerando que as agências
públicas brasileiras de fomento à pesquisa têm historicamente cumprido
papel
importante na distribuição de oportunidades racializadas para determinados
grupos, cabe-nos expor as seguintes considerações:
A desqualificação de pesquisadores militantes negros por meio da simplória
distinção entre as categorias academia x militância tem sido uma
prática comum
entre membros da comunidade científica. Tal postura parte de uma
arrogância
acadêmica que deslegitima outras formas de conhecimento que não os
produzidos
dentro dos parâmetros positivistas. Produzir ciência, nessa perspectiva
supostamente neutra, significaria se distanciar das contradições e dos
processos sociais a que se pretende analisar, isto é, se distanciar do
'objeto'
e não tomar posições, como se o simples fato de não se posicionar já
não fosse,
por si só, uma escolha política privilegiada. Já é bem conhecida entre nós
pesquisadores a relação entre neutralidade científica e barbárie. A
colonização, o racismo, o holocausto e tantas outras atrocidades
cometidas em
nome do progresso têm raízes calcadas em modelos teóricos e metodológicos
estruturados na suposta imparcialidade científica. As reações
institucionais
contra pesquisadoras e pesquisadores negras e negros que tomam a
práxis - isto
é a reflexão e a realidade vivida - como produção de conhecimento,
evidenciam o
caráter inerentemente político da academia. Todo conhecimento é
conhecimento
situado, produzido a partir de determinado posicionamento, nos lembram
autores
como Paulo Freire e Dona Haraway.
Em que pesem as recomendações sobre os excelentes programas de
pós-graduação no
Brasil, onde a pesquisa poderia ser feita, os pareceristas parecem
desconhecer
a dinâmica nada transparente dos processos seletivos das nossas
instituições
acadêmicas. Os critérios de ingresso na pós-graduação brasileira são
marcados
por uma insidiosa idéia de meritocracia que estrategicamente exclui os
negros,
nordestinos e pobres. As orientações da Capes e CNPq endossam uma
lógica de
ingresso que valoriza a elite branca. Aqui, capital cultural é
traduzido em
capital econômico. Afinal, quais os pesquisadores pobres e negros que têm
acesso à iniciação científica, especializações pagas, acúmulo de títulos,
exames de línguas, cartas de referência de famosos intelectuais......
E não é apenas na pós-graduação nacional que as agências de fomento à
pesquisa
como CNPq e Capes estão estruturalmente organizadas em modelos
meritocrático-elitistas de seleção. Na própria Universidade do Texas, em
Austin, entre os estudantes brasileiros financiados por estas agencias, a
maioria é formada por alunos brancos. A um protesto organizado pela
meia dúzia
de bolsistas de programas de ações afirmativas para afrodescendentes e
indígenas brasileiros, entre os quais eu me incluo, quando da sua visita a
Austin, o presidente da Capes Jorge Guimarães respondeu assim: Vocês
não podem
reclamar! Vocês não se candidatam a pós-graduação, como podem reclamar?
E as artimanhas do racismo institucional não param por aí. Ao mesmo
tempo em que
inviabiliza economicamente o seu acesso, a academia brasileira fornece o
combustível ideológico para as práticas racistas que desqualificam os
negros
que lograram chegar até aqui: negro não pode estudar o racismo; falar de
racismo é coisa de militância e militância não tem nada a ver com
produção de
conhecimento. O pano de fundo aqui é o mesmo de sempre: aqueles
investidos na
luta anti-racista estão dividindo o Brasil, como se fosse possível ao
país ser
mais racialmente divididos do que já é. De acordo com essa perspectiva,
qualquer estudo realizado por negros ativistas que assumam uma perspectiva
crítica da categoria raça é tendencioso. É esse o argumento de um dos
pareceristas, segundo o qual o plano de estudos apresentado 'é tendencioso
quando coloca o racismo como a questão crucial para explicar a
violência no
Brasil'.
Há que se sustentar, no entanto, que a violência urbana no Brasil
apresenta um
forte componente racial. Pesquisadores como Gláucio Soares e Doriam Borges
(2004), Inácio Cano (2007), Jorge Silva (1998), Maria Helena Mello-Jorge
(1980), Antônio Paixao (1983), Vilma Reis (2005) entre outros têm
demonstrado
como a intersecção entre raça, classe, gênero e posição social
interagem na
definição dos padrões de violência. Também uma série de estudos da
Unesco (Mapa
da Juventude) têm mostrado que os jovens urbanos negros são as principais
vítimas da violência urbana.
A pesquisa em questão reconhece a especificidade do caso brasileiro no
que diz
respeito à formação racial nas Américas. A perspectiva assumida aqui é
a de
raça enquanto categoria política, embora também funcione como marco
reguladordas distinções sociais. A crítica a la Bourdieu e Wacquant
reproduzida
por um dos pareceristas segundo a qual 'há uma clara tendência em
projetar no
Brasil a estrutura das relações raciais existentes nos Estados
Unidos', não se
sustenta. Aqui o discurso da neutralidade científica evidencia suas
fissuras de
maneira ainda mais contundente: busca-se sustentar a posição política,
amplamente difundida na academia, da excepcionalidade brasileira,
segundo a
qual aqui o racismo é mais brando e os pesquisadores (negros)
treinados nos
Estados Unidos são guiados por um modelo hegemônico de raça; no mesmo bojo
seguem as negativas das políticas de ações afirmativas para os negros
brasileiros porque tais medidas dividiriam o país; desconsideram-se os
intercâmbios e as pesquisas no campo das relações raciais feitas por
pesquisadores negros brasileiros, latino-americanos e estadunidenses
tomando
como pano de fundo a diáspora africana no continente americano;
Ao contrário do inferido no parecer, o Programa da Diáspora Africana da
Universidade do Texas vem formando pesquisadores em alto nível
especializados
na população negra das Américas desde meados da década de 90. A UT é
famosa não
apenas por seus métodos quantitativos, mas principalmente pelas pesquisas
qualitativas empreendidas no seu centro de ciências sociais. São
pesquisas de
alto nível acadêmico e relevância social, com perspectiva continental
única, o
que torna a Escola de Austin uma referência nos estudos sobre as
populações
negras.
No centro de estudos diaspóricos, já são 24 doutores, dentre os quais: 21
Afro-Americanos, 2 Afro-Brasileiros e 1 porto-riquenho. Além disso, o
Programa
possui atualmente uma equipe de doutores altamente especializados, com
experiências de pesquisas em diferentes partes do globo. Ademais o
programa
atualmente conta com 08 estudantes afro-brasileiros e pesquisadores em
áreas
que vão desde a saúde, movimentos sociais, espaço urbano, e violência.
Em resposta ao argumento segundo o qual tanto a produção acadêmica do
orientador quanto a do orientando carecem de imparcialidade científica, é
importante notar que para além de 'ativista', o professor João Costa
Vargas é
um pesquisador com uma notável trajetória acadêmica e com reconhecida
competência na academia americana. Suas publicações têm sido bem
recebidas pela
crítica acadêmica e incluem títulos como os livros We Never Meat to
Survive,
Catching Hell in the City of Angels: Life and the Meaning of Blackness
in South
Central Los Angeles, além de artigos como Genocide in the African
Diáspora,
Apartheid Brasileiro: Raça e Segregação Residencial no Rio de Janeiro
e When a
Favela Dared to Become a Gated Condominium: The Politics of Race and Urban
Space in Rio de Janeiro.
O parecer negativo quanto ao financiamento de doutorado no
exterior
é apenas sintoma de uma prática institucional da academia brasileira
que tem
como regra a rejeição de orientandos negros, a rejeição de temas que
conflitam
com as crenças dos selecionadores, o pertencimento racial privilegiado
do corpo
técnico das seleções, tudo isso orientado pela defesa de uma posição
política
bem situada ideologicamente. O fato é que de micróbios de laboratório, nós
negras e negros estamos abrindo caminhos numa arena política em que
neutralidade científica é bobagem, para dizer o mínimo.
Jaime do Amparo Alves
Doutorando em Antropologia - Universidade do Texas, em Austin
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