domingo, 21 de dezembro de 2014

Lopito Feijó , escritor angolano


Humberto Adami, Elzimar Domingues, e Lopito Feijó no Trofeu da Raça 

Lopito Feijóo deu uma entrevista à Agenda Africana , no dia 23 de novembro de 2014, durante o Mês da Consciência Negra promovido pela Universidade Zumbi dos Palmares.
Poeta e ensaísta angolano, João André da Silva Feijóo nasceu a 29 de setembro de 1963, no Lombo, província de Malanje, Angola. Mudou-se para Maquela do Zombo, onde viveu a infância, indo depois para Luanda, onde viveu no Bairro do Cazenga, a partir da sua adolescência.
Licenciado em Direito pela Universidade Agostinho Neto, em Luanda, o autor despertou para a poesia aos 22 anos de idade. Na verdade, já em 1985, publicou o seu primeiro livro de poemas Entre o Écran e o Esperma, que, fruto de grande aceitação por parte dos meios literários, recebeu uma "Menção Honrosa" no concurso de literatura "Camarada Presidente", promovido pelo INALD (Instituto Nacional do Livro e do Disco).
Foi membro da direção da Brigada Jovem de Literatura até 1984. Integrou posteriormente o trabalho coletivo do grupo "Ohandanji", que, a partir daquele ano, começou a publicar os seus textos na página cultural de O Jornal de Angola e na gazeta Lavra e Oficina (da União dos Escritores Angolanos) e que, posteriormente, como forma de ultrapassar as dificuldades provocadas pela ausência de alternativas, recorreu a edições policopiadas. Exemplo destas edições é a coleção "Katetebula/Semi-breve" na qual Lopito Feijóo publicou, s/data, no primeiro número, um texto poético intitulado "Me ditando".
Nome importante da geração de 80, a chamada "Geração das Incertezas", João Feijóo assume a rutura com os cânones semânticos e estéticos tradicionais, propondo uma estética assente numa linguagem dissonantemente metafórica e no experimentalismo visual. Com um estilo simultaneamente satírico e irreverente, a sua poiesis, caracterizada por um profundo teor lírico, é fruto de um sujeito poético revoltado e colérico que assume a melancolia como forma de exprimir a sua frustração e o seu desencanto face à realidade social e política de Angola. Esta cólera, metaforicamente simbolizada por uma descarga biliar produzida por um mal-estar hepático, é o resultado do descontentamento que lhe provocam as permanentes situações de guerra e opressão - "o veneno sorumbático" - que ameaçam, desde há muito, a sua Pátria e que, em permanente vigília, procura combater: "O veneno sorumbático inspira vigília (...)". — em São Paulo, Feira do Livro da Universidade Zumbi dos Palmares

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