segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Europeus devem desculpas e reparação por escravidão


12 de dezembro de 2014 - 13h05 

Europeus devem desculpas e reparação por escravidão

Os países da Europa com responsabilidade histórica no tráfico de escravos da África para a América e devem desculpas e reparar de alguma maneira o dano que causaram a milhões de seres humanos, afirmou nesta sexta-feira (12) uma especialista das Nações Unidas.


Holanda, Reino Unido, Espanha, Portugal e França praticaram o comércio transatlântico de escravosHolanda, Reino Unido, Espanha, Portugal e França praticaram o comércio transatlântico de escravos
"Seria um ato de justiça, chave para marcar o caminho para o fim da discriminação racial", assinalou em declarações exclusivas à Prensa Latina a acadêmica jamaicana Verene Shepard, a propósito do lançamento há dois dias da Década Internacional para os Povos de Descendência Africana.

De acordo com a integrante do Grupo de Trabalho da ONU sobre os afrodescendentes, a desculpa e as compensações devem ser produzidas antes da conclusão em 2024 do decênio estabelecido pela Assembleia Geral, para promover os direitos humanos e as liberdades fundamentais de um setor populacional açoitado pela marginalização e a intolerância.

Holanda, Reino Unido, Espanha, Portugal e França praticaram o comércio transatlântico de escravos, um fenômeno que segundo as Nações Unidas afetou cerca de 15 milhões de homens, mulheres e crianças.

Além da desculpa e da reparação, Verene destacou a importância da educação para superar o flagelo do racismo e seu forte impacto no desenvolvimento político, econômico e social dos afrodescendentes. 

O tema tem várias arestas, desde mudar muitos livros com textos que não refletem a contribuição da África à humanidade até a necessária formação que permita o empoderamento das crianças de hoje, afirmou.

A especialista do Grupo de Trabalho criado em 2002 por mandato da Conferência Mundial contra o Racismo, Durban-2001, também mencionou a urgência de reformar os sistemas de justiça, para que se convertam em agentes impulsionadores da igualdade.

Falamos de revisar as constituições, emitir leis e deixar de perseguir os negros como resultado de um perfil racial com frequência dominante nas autoridades encarregadas do controle policial ou das fronteiras, sublinhou.

Verene considerou que se materializassem estas ações e a vontade de mudança nos governos e nos cidadãos, a Década Internacional para os Povos de Descendência Africana poderia representar uma grande contribuição na luta por eliminar a discriminação por motivos de raça.

Fonte: Prensa Latina
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