quinta-feira, 12 de março de 2015

Vereador João Mendes realiza audiência pública para discutir sobre a criação da Comissão Especial da Verdade sobre a Escravidão Negra no Brasil

GABINETE DO VEREADOR JOÃO MENDES DE JESUS

CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO

                   Rio de Janeiro, 11 de março de 2015.

Vereador João Mendes realiza audiência pública para discutir sobre a criação da Comissão Especial da Verdade sobre a Escravidão Negra no Brasil

        O vereador João Mendes de Jesus (PRB) vai realizar, no dia 23 de março, debate público que tem por finalidade debater sobre a escravidão no Brasil, bem como resgatar a memória de milhões de homens e mulheres negros, que aportaram das naus portuguesas na condição de escravos, cativos de uma economia baseada na exploração pura e simples de pessoas subjugadas pelo poder econômico e militar dos europeus, bem como pelas oligarquias brasileiras.

        O parlamentar, que é negro, ressaltou que pretende apresentar requerimento à Mesa Diretora da Câmara Municipal, que tem por objetivo criar a Comissão Especial da Verdade sobre a Escravidão Negra no Brasil, porque, de acordo com o político, se o País não vai oficialmente pagar financeiramente pelos prejuízos causados ao povo brasileiro negro no decorrer de séculos, tem a obrigação moral de resgatar a imagem dessas pessoas.

João Mendes de Jesus afirmou ainda que a sociedade negra brasileira não pode deixar cair no esquecimento sua história, culturas, dedicação ao trabalho, além de ser presença forte em todos os setores de atividade econômica e social que atuam no País. Para o vereador, é fundamental que no Rio de Janeiro e no Brasil se abram debates com a intenção de repercutir a importância dos negros para o desenvolvimento e a independência do País.

Os negros, muitos deles ainda na condição de escravos e pós-escravatura, defenderam as fronteiras do Brasil, desbravaram e conquistaram territórios e participaram de guerras, porque obrigados e, posteriormente, por vontade própria a servir o Exército e a Marinha, e, consequentemente, combateram em guerras, como as do Paraguai, de Canudos, de Guararapes, do Prata, do Uruguai e Segunda Guerra.

Participaram também dos combates às invasões holandesa, espanhola e francesa, da guerra dos Farrapos, da Balaiada e da Cisplatina, dentre outros inúmeros conflitos, revoluções e revoltas, a pagar com sacrifícios e mortes por participarem de tais empreitadas bélicas, que resguardaram os interesses do Brasil e fizeram deste País um gigante geográfico e econômico.

“Os negros brasileiros, até hoje, não são reconhecidos como pessoas com cidadania plena, porque são alvos de preconceitos de classe e de raça. Esse grupo étnico e de trabalhadores cooperaram, e muito, para se construir e desenvolver o Brasil, mas ainda não foi reconhecido como tal, pois o acesso dos negros à educação, à moradia, à saúde, ao emprego e ao consumo é muito difícil, porque os obstáculos são muitos e alguns são quase instransponíveis, pois as oportunidades são poucas, além de os negros não terem, tais quais aos brancos, o preparo educacional que o permita competir no mercado de trabalho e no acesso às melhores escolas e universidades” — enfatiza João Mendes de Jesus.

O político do PRB disse que por causa desses fatos e realidades se torna natural que se procure resgatar o povo negro e debater sua cidadania e o direito de ter acesso a uma vida de melhor qualidade. A audiência pública do dia 23 de março, segundo João Mendes, tem esse propósito, que é de criar a Comissão Especial da Verdade sobre a Escravidão Negra no Brasil e, com efeito, levar conhecimento à sociedade e mostrar a ela que, a despeito da importância de heróis negros como Zumbi dos Palmares e João Cândido, por exemplo, a história do negro na construção do Brasil foi feita por milhões de anônimos no decorrer de mais de cinco séculos.
Assessoria de Imprensa do Gabinete Parlamentar do Vereador João Mendes de Jesus (PRB)

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