Mais um desmascaramento  surgido no rastro da movimentação causada em torno e em função das  audiências públicas no STF,  convocadas pelo Ministro Ricardo  Lewandowski (relator da ADPF movida pelo DEM contra as cotas raciais na  UnB e "por tabela" contra todo o sistema em nível nacional)  para  embasar com as informações dos Amicus Curiae  o seu relatório (que  influenciará fortemente o posicionamento do Ministros no Julgamento).
 A Campanha AFIRME-SE,  criada e levada a cabo por militantes e organizações favoráveis às cotas  raciais , conseguiu recolher mais de 150 mil reais, com a finalidade de  publicar no período da audiência página publicitária inteira nos mais  estratégicos jornais do país (O Globo, O Estado de S.Paulo, Folha de  S.Paulo  e Jornal A Tarde).
  
 O preço acertado  previamente com o departamento comercial de O Globo pela empresa de  publicidade responsável pela campanha (Propeg) seria de R$ 54 mil, mas  ao ser enviado o material e tomar conhecimento do conteúdo, o Jornal  simplesmente aumentou o preço para R$ 712 mil (1300% de aumento,  obviamente inviabilizando a publicação).
  
 Os responsáveis pela  campanha entraram com representação judicial contra o jornal O Globo ,  através do Ministério Público do Rio de janeiro; e pretendem que  comprovada a discriminação, o jornal realize a publicação por preço  simbólico ou gratuitamente.
  
 Pois é…, é assim que  funciona boa parte da estrutura favorável à manutenção das desigualdades  brasileiras(principalmente da racial), privilegiando editorialmente os  que se apresentam de acordo com a sua linha ideológica e vetando os  contrários; quando não podem fazer isso se escondendo na "subjetividade  editorial", apelam para a "barreira econômica"… , cínica e muito mais  eficiente que os velhos métodos diretos e abertos de discriminação.
  
 Apenas para referência  lembro alguns teóricos… :
  
 META-RACISMO: Joel  Kovel em seu livro White Racism: A Psychohistory (Racismo Branco: Um  Psicohistoria, e é interessante observar que foi bem frisado no título  ao que ele se refere para que não fosse "distorcido"…) publicado em 1970  e republicado em 1984 descreve "meta-racismo" como "… o racismo  de tecnocracia; isto é, sem mediação psicológica como tal, no qual a  opressão racista é executada diretamente POR MEIOS ECONÔMICOS E  TECNOCRÁTICOS", ainda segundo Kovel "Como ele incorpora as  formas mais avançadas de dominação, transforma-se em múltiplas  configurações como um camaleão (independentemente das formas necessárias  para executar a sua missão racista), e é mais  eficiente que as  formas mais antigas, cheias de ódio, odiosas formas do racismo  que levavam a discriminação e violência pública e aberta –META-RACISMO  é o modo dominante do racismo no capitalista pós-moderno"
 
Ou ainda como alerta (Zizek 1995),  " vivemos um novo tipo de racismo,  um racismo pós-moderno, um «meta-racismo», que pode perfeitamente  assumir a forma de um combate contra o racismo.Essa resistência  cínica pode ser encarada como uma das vicissitudes da atual abertura  proposta pelo liberalismo e seu projeto de re-invenção da democracia e  do discurso dos direitos humanos.
Entretanto, conforme argumenta Zizek, a diferença entre o meta-racismo e  o racismo tradicional, direto e declarado, é absolutamente nula, uma  vez que não existe metalinguagem. Talvez, exatamente por isso, a  postura cínica do meta-racismo se torne mais ameaçadora".
 Preparar carapuças…
  
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