quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Relato de um quase suicída do jurídico do BB

Recebi o relato abaixo, de Walter Hiperides, advogado do BB em Natal(RN), que se encontrava em licença-saúde há mais de mais um ano, e que tem seguidamente me mandado emails em tom suicida, em face das agressões psicológicas que vem sofrendo por parte da administração da diretoria jurídica do BB. Fácil é perguntar porque Walter ameaça atentar contra a própria vida só por causa do emprego no BB, há 22 anos, e uma sensaçao de absoluta injustiça por não ter praticado qualquer ato desabonador que justificasse sua dispensa imotivada da posição de advogado do BB no RN. Já há multa judicial de R$ 400 mil aproximadamente, inclusive com penhora. Não é o único caso. Walter brigou com os médicos e insistiu para voltar a trabalhar. O assunto tem sido insistentemente denunciado sem que nenhuma voz do BB, ou fora dele, a não ser os corporativos ( OAB e Sindicatos), se levantem contra a prática assediadora e ilegal que se permite no jurídico do BB. Registro o relato de Walter, pois se dia desses suas ameaças se cumprirem, não há como se dizer que" foi uma fatalidade." E uma peculiaridade: Walter relata que trabalhou como advogado em seu retorno e apesar disse foi descomissionado de seu cargo de advogado "retroativamente", o que significa que ainda lhe furtaram esses dias. Não há limites para essa gente, e esse não é o BB em que ingressei como menor aprendiz. É um escândalo e um absurdo. Humberto Adami
............................................................................................................................................................................ " Adami,
Conforme realtos anteriores, mesmo contrariando o psiquiatra, Dr. Hermano, a CASSI, Dr. Glauco e a médica da GEPES/SESMT, Dra. Amarilis, decidi voltar a trabalhar no dia 13/10, do contrário, já teria cometido besteira com minha vida, ou o pouco do que representa ela. Os antecedentes de tudo isso você já tem conhecimento: dia 07/10, terminou a minha licença-saúde. Imediantamente, após o término da licença, já no dia 08, em conversa reservada, de duas horas, na sala do chefe, a portas cerradas (uma verdadeira tortura psicológica) pelo chefe da Ajure para que eu renovasse a licença, argumentando "que a ordem da Diretoria era manter a mesma decisão anterior, ou seja, me demitir" e "para evitar maiores constrangimentos, e que eu deveria ficar fora do Banco, pelo INSS". Dia 12/10, decidi, mesmo, a voltar a trabalhar. Era um dia esperado. Tava preparado para o tudo ou nada Já estava com um esquema montado para me matar (era uma morte planejada há mais de um ano). Quando o Supervisor foi comigo, nesse 12/10, até a sala da chefia e o comunicou, na minha frente, a minha decisão de não renovar a licença, ele (o chefe) olhou-me com uma face de leão enfurecido e disse (em voz alta e raivosa): "Não tem problema nenhum. Vou ligar agora para Brasília e já, já, teremos uma solução..." Aí você pode imaginar o que, desde então, venho sofrendo. (nervosismo, espantado com tudo, todo telefonema que chegava em minha mesa é como se fosse um sinal de que eu poderia estar indo embora para sempre). Assim, desde o dia 12/10, estou na Ajure. No primeiro dia, nada de trabalho. No segundo dia (13/10), a médica da GEPES. Dra. Amarilis, me liga. Disse-lhe que tinha resolvido mesmo voltar a trabalhar, ela indagou se eu tinha certeza disso, disse que sim. Aí, ela perguntou se tinham repassado serviço para mim. Informei-lhe que não. Estava sem fazer nada desde a véspera. Pois bem, pouco tempo, depois, o Supervisor me passa umas contra-razões bem simples para eu minutar. Desde então, vem passando pouco ou quase nenhum serviço ( a conta-gotas, as petições mais simples). Hoje, mesmo, fiquei a manhã sem nada para fazer, mas, ao meio-dia, quando ia almoçar, passando defronte a sala do chefe, ele me chama, disse que queria falar comigo. Entrei na sala. A porta foi fechada. Ficamos trancados na sala lá dentro, a sós. Sem ninguém em volta, só nós dois. Gelei. Estava já preparando para sair dali correndo, tamanhos os meus pensamento de auto-distruição. Ele olha para mim e diz: "Você sabe, né... quando o funcionário passa mais de noventa dias de licença, ele perde a comissão..." Trêmulo, com a voz embargada, atônito, deixei que ele continuasse. Então, ele disse que eu estava descomissionado desde o término da licença-saúde (que durou um ano e três meses). O descomissionamento, assim, retroageria a 08/10, e que as horas adicionais que eu passei neste período (desde término da licença) seriam pagas como horas extras (olha que nesse tempo atuei como advogado, mesmo com pouquíssima coisa para fazer. Peticionei pouco, mas peticionei. Respondi consultas formais/epistolares, telefônicas e presenciais das Agências. Ele disse que eu iria permanecer na Dependência, em face do que prevê as Instruções, mas que eu iria trabalhar na Secretaria, das 08h00 às 14h00. E mais, em um tom ameaçador, disse: "Essa é a decisão da Diretoria, por enquanto... Ou seja, deixou uma ameaça no ar. Senti um ar de maldade e um sorriso de vingança nele por eu ter voltado a trabalhar. Gostaria de adicionar a isso, que, ontem, dia 27, eu fui eleito suplente de Representante dos Funcionários na CIPA, conferindo-me a estabilidade provisória prevista na NR-5 e no LIC (creio que por isso não tenha me demitido). A partir de amanhã, então, estarei trabalhando na Secretaria como escriturário. Walter Hipérides"

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