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terça-feira, 30 de junho de 2015
CPI da Violência contra Jovens Negros
sexta-feira, 26 de junho de 2015
Comissão de Direitos Humanos debate escravidão negra no País Reunião, na quarta (1º/7), vai abordar os trabalhos realizados pela Comissão Nacional da Verdade sobre o assunto.
NOTÍCIAS
Comissão de Direitos Humanos debate escravidão negra no País
Reunião, na quarta (1º/7), vai abordar os trabalhos realizados pela Comissão Nacional da Verdade sobre o assunto.
A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) vai debater os trabalhos realizados pela Comissão Nacional da Verdade sobre a escravidão negra no Brasil. A audiência pública será na quarta-feira (1º/7/15), às 9 horas, no Auditório. O autor do requerimento é o deputado Professor Neivaldo (PT).
A Comissão da Verdade pretende levantar a história e a memória dos 350 anos de escravidão e, assim, responsabilizar os beneficiados com o regime de exploração e buscar uma forma de reparação aos que ainda hoje sofrem as consequências do período. O trabalho se constitui de audiências públicas em todo o Brasil, visitas a terreiros e a comunidades quilombolas, além de contato com universidades para levantar um relatório que busque a reparação aos familiares de escravizados e escravizadas.
Segundo o deputado Professor Neivaldo, membro consultivo da Comissão da Verdade, esse é um momento importante para que mineiros e mineiras tomem conhecimento da discussão que vem sendo feita. “É a hora de seguirmos em solidariedade ao povo negro do Brasil, trazendo para Minas os trabalhos que estão sendo realizados em âmbito nacional. Acredito que a Comissão de Direitos Humanos da ALMG será um ponto de interlocução em Minas para esse trabalho tão importante”, afirmou.
Convidados – Foram convidados para a audiência pública o secretário de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania, Nilmário Miranda; a secretária de Estado de Educação, Macaé Maria Evaristo dos Santos; a ministra de Estado Chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, Nilma Lino Gomes; o procurador-geral de Justiça do Estado de Minas Gerais, Carlos Bittencourt; e a subsecretária de Promoção de Políticas da Igualdade Racial da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania, Cleide Hilda de Lima Souza.
Também receberam convite para participar da reunião o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), Luis Cláudio da Silva Chaves; o presidente da Comissão Nacional da Verdade sobre a Escravidão Negra no Brasil (Rio de Janeiro), Humberto Adami Santos Júnior; o presidente da Comissão Estadual da Verdade sobre a Escravidão Negra, Daniel Dias de Moura; e a integrante da Comissão Estadual da Verdade sobre a Escravidão Negra – Uberlândia (Triângulo Mineiro), Rosa Margarida de Carvalho Rocha.
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Última edição
26/06/2015
Nº 4681
Dirigente da Comissão Nacional de Escravidão Negra da OAB pede processo contra Dunga por racismo
Comissão Nacional de Escravidão Negra da OAB pede processo contra Dunga por racismo
RIO - Representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) empenhados na luta contra o racismo criticaram o técnico Dunga por suas declarações de que ele parece afrodescente (negro), de ‘tanto que apanha e que gosta de apanhar”. Para Humberto Adami, presidente da Comissão Nacional de Escravidão Negra do Conselho Federal da OAB, o técnico brasileiro deveria ser formalmente acusado e processado por injúria racial e racismo, já que ofendeu não um indivíduo, mas toda a comunidade negra do país.
— Dunga está totalmente errado e expressa preconceito, podendo ser enquadrado na prática de injúria racial e racismo. Ele pode ser acusado de praticar um crime, por ter exteriorizado que toda a população afrodescendente do Brasil gosta de apanhar. Assim, ele está dizendo que toda a população afrodescendente do país tem uma tendência ao masoquismo. Ele pode ser, sim, acusado de racismo, porque não atingiu um indivíduo, mas taoda uma população — declarou Adami. — Ele deveria pensar melhor se deve continuar neste caro, porque a seleção representa uma população cuja maioria de afrodescendentes. É uma população que não gosta de apanhar nem no futebol, nem na vida, que trabalha de sol a sol, que paga suas contas e anda na linha como aprendeu com seus pais, e não pode conrodar com isso.
Para o advogado, o que está por trás das declarações de Dunga é resquício da escravidão, ideias que ele deve ter aprendido na infância:
— Dunga, a população afrodescendente não gosta de apanhar. Essa é uma ideia muito errada, e você é ultrapassado como técnico e como ser humano. Você tem de entender que suas palavras têm repercussão. Imagine um menino negro que quer se espelhar nele e o ouve afirmar que negro gosta de apanhar, ou as mulheres negras ouvirem-no dizer isso. Creio que qualquer pessoa pode apresentar uma representação à ouvidoria da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir, órgão da Presidência da República) e ao Ministério Público Federal.
Já o presidente da Comissão de Igualdade Racial-CIR/ OABRJ e coordenador nacional de comunicação do Movimento Negro Unificado, o advogado Marcelo Dias, disse concordar parcialmente com as declarações do treinador, enbora considerando ridícula uma parte do que ele afirmou.
— O ridículo é dizer que a população negra gosta de apanhar. Pelo contrário. Até porque temos uma história de luta e de resistência. Esta parte da fala dele vamos rechaçar. No esporte, os responsáveis tentam, a todo momento, minimizar o racismo e a chaga da escravidão no país. Não podemos permitir que o técnico da seleção tome atitudes como esta. Ele merece que a OAB-Rio apresente uma representação contra ele. Racismo é crime, e vamos oficiar sobre o assunto à CBF na segunda-feira. Vamos reivindicar uma retratação pública por parte do Dunga — antecipou.
Dias reconheceu, porém, que há algo de verdadeiro no que o técnico da seleção declarou.
— É que a comunidade afrodescendente apanha muito no Brasil. Sofremos há mais de 500 anos o massacre da juventude negra — analisou Dias.